Série: Royal Artifactual Guild
Autora: Ruby Dixon
Editora: Verus Editora / Galera Record
Páginas: 518
Gênero: Monster Romance
Nota: ⭐⭐⭐ + 0,5
Em um mundo repleto de artefatos mágicos e seres fantásticos, uma herdeira determinada a salvar sua família se une a um parceiro bastante improvável: um minotauro. Lua em touro é uma fantasia cheia de romance escrita pela autora best-seller Ruby Dixon. Aspeth Honori é filha de um detentor e conhece muito bem a importância dos artefatos mágicos… o que torna ainda pior o fato de seu pai ter perdido todos eles em apostas. Agora, sua família corre o risco de perder seu legado — e suas cabeças — se alguém descobrir a verdade. Aspeth decide agir: se juntará à Guilda Real de Artefatos e aos artífices que exploram ruínas subterrâneas antigas em busca da magia ancestral que pode salvar sua família. É um ótimo plano. No entanto, há um grande problema: a guilda não permite que mulheres se juntem às turmas de aprendizes. Aspeth precisa de algum tipo de guardião. A melhor solução? Casar-se com alguém que permita que ela se torne uma artífice aprendiz. E quem melhor para isso do que um membro mal-humorado da guilda que também precisa de um favor? Sim, ele é um minotauro e, sim, ele será seu futuro professor, mas Hawk também está prestes a entrar no cio… o que complica um pouquinho as coisas. Além disso, ele não tem ideia de que ela é uma detentora e, se descobrir sua verdadeira identidade, vai querer manter distância. Agora, Aspeth precisa passar nos testes da guilda, frustrar os planos de um caçador de fortunas e salvar sua família. Além de, evidentemente, sobreviver ao cio de seu monstruoso marido com chifres, por quem ela pode estar se apaixonando. É hora de ir fundo. Literalmente.
Lua em Touro foi uma das leituras que realizei para a temática de Halloween — e admito que foi uma grata surpresa. Não sou tão acostumada com o subgênero monster romance (ainda acho que tem muito da antiga vibe dos romances sobrenaturais), mas depois dessa experiência posso dizer com tranquilidade que me arriscaria mais vezes.
Aspeth Honori, filha de um detentor que perdeu todos os artefatos mágicos da família em apostas, vê seu legado e futuro ameaçados. Para salvá-los, decide se infiltrar na exigente Guilda Real de Artefatos — com um grande problema: mulheres não são aceitas como aprendizes. Para contornar isso, faz um acordo inusitado com Hawk, um minotauro mal-humorado da guilda que também precisa de ajuda. Juntos, passam a fingir um casamento que permitirá sua entrada. À medida que enfrenta testes, caçadores de fortunas e seu próprio segredo como detentora, Aspeth descobre que, além de lutar por sua família, pode acabar se apaixonando pelo “marido monstruoso com chifres”.
A autora desmistificou um dos meus grandes receios com histórias do gênero: temos um desenvolvimento sólido e muito bem construído. Ruby Dixon cria um universo próprio, com detalhes ricos e que tornam esse mundo muito mais amplo que apenas o romance. Confesso que em vários momentos estava mais curiosa sobre escavações, artefatos mágicos, guildas e criaturas fantásticas do que sobre a relação amorosa.
Por outro lado, admito que para a leitura realmente me prender, precisei superar o início um pouco arrastado. Há muitas informações repetidas nos primeiros capítulos — já tinha entendido as motivações da protagonista, mas isso era reforçado várias vezes — e isso me irritou um pouco. Passada essa parte, porém, a trama ganha ritmo, profundidade e se torna bem mais envolvente.
"... Mas imagino que não seja perfeita. O que estou tentando dizer é que a vida de todos tem desafios. O problema é que os seus estão surgindo ao mesmo tempo, mas você vai conseguir sair dessa." pág. 299
Sobre os protagonistas, acredito que Aspeth não vai conquistar todos os leitores. Em vários momentos, sua ingenuidade não condiz com seus 30 anos — esperava mais maturidade em algumas atitudes. Felizmente, Hawk, nosso protagonista minotauro, equilibra seus deslizes, formando um casal cativante.
E não pense que o romance fica em segundo plano por conta da construção de mundo. As cenas sensuais são intensas, bem descritas e integradas à narrativa, sem parecerem gratuitas. Assim como acontece com lobisomens em romances semelhantes, existem particularidades nos romances com minotauros — às vezes gerando um leve “vergonha alheia”, mas de forma condizente com a proposta. Importante destacar: trata-se de um livro com alto teor erótico.
O desfecho acontece em meio a um turbilhão de acontecimentos. Isso traz um ritmo eletrizante, mas também deixa a sensação de que algumas revelações finais poderiam ter sido mais bem desenvolvidas. Ainda assim, faz sentido dentro do ciclo proposto. Não foi o final que imaginei, mas não deixou de ser satisfatório.
De forma geral, Lua em Touro é uma ótima porta de entrada para quem quer se aventurar nesse universo do gênero. A história é bem dosada em fantasia e erotismo, criando um equilíbrio que torna a experiência acessível e envolvente. Recomendo bastante!
"Não, percebo. as coisas mudaram há um bom tempo. Eu só não havia reconhecido até agora. Em algum momento, entreguei meu coração a esse taurino enorme, destemido e que odeia aranhas." pág. 462
Na parte física, a capa é lindíssima — foi, inclusive, um dos motivos que me fizeram olhar para o título. A diagramação segue o padrão da editora Verus e Galera Record: espaçada, confortável e com detalhes no início dos capítulos. Inclusive, a título de curiosidade, a obra foi lançada pelos dois selos por justamente misturar fantasia com romance. A narrativa é feita em primeira pessoa, alternando entre os pontos de vista de Hawk e Aspeth.
Espero que tenham gostado e possam dar uma chance a essa história, porque nem todo monster romance é apenas assustador ou puramente erótico — alguns, como esse, entregam o melhor dos dois mundos: fantasia & romance.