
Livro: Sempre #3
Série: Os Lobos de Mercy Falls
Autora: Maggie Stiefvater
Editora: Agir Now
Páginas: 370
Gênero: Romance / Sobrenatural / Fantasia
Nota: ⭐⭐⭐⭐
Antes. Quando Sam e Grace se conheceram, ele era um lobo e ela, uma garota. Quando por fim ele descobriu como ser um garoto também, o amor dos dois se transformou de uma paixão distante na intensa intimidade de uma vida compartilhada. Agora. A história deles deveria terminar aí. Mas o destino de Grace não era permanecer humana. Agora ela é a loba. E os lobos de Mercy Falls estão todos prestes a serem assassinados em uma caçada definitiva. Sempre. Sam faria qualquer coisa por Grace. Mas será que um garoto e o amor dentro dele são capazes de mudar um mundo hostil e fatal? Passado, presente e futuro vão colidir em um momento decisivo — um momento de vida ou morte, de adeus ou para sempre.
*spoilers dos livros anteriores no segundo parágrafo! Para fugir deles, é recomendado pular o parágrafo citado*
Nesta releitura da série Os Lobos de Mercy Falls, mais uma vez, me recordo por que amo e me encanto tanto com a escrita da Maggie. Não tem como não se apaixonar pelos seus personagens, enredos e universos. A série conquistou meu coração de maneira ímpar — assim como já havia acontecido na primeira vez que li.
Grace agora é uma loba. Tendo como enorme obstáculo suas transformações durante o frio, ela e Sam enfrentam um momento conturbado no relacionamento. Obrigada a sumir da cidade sempre que se transforma, Grace vive entre altos e baixos — agravados pelo fato de seus pais estarem mais presentes do que nunca, questionando cada movimento. E como se não bastasse, novos fatores externos podem colocar a vida do bando em risco. Prestes a um colapso emocional, Sam e Grace precisarão ultrapassar diversos percalços para que o amor sobreviva. E, mais do que isso, para que consigam salvar aqueles que amam e aquilo que são.
Após o baque das páginas finais do volume anterior, essa retomada intensa e totalmente alinhada às características da autora é muito bem-vinda. Temos aqui uma ambientação bem descrita, novos contextos desse universo, reviravoltas acontecendo o tempo inteiro e um romance que continua cativante. Acredito que quem ainda não pegou o ritmo ou o estilo da Maggie possa sentir certa dificuldade inicial em se reconectar ao mundo, mas nada que prejudique a experiência como um todo.
Falo isso porque, honestamente, não esperava uma oscilação tão grande de sensações no enredo — a ponto de ser impossível não comentar. São muitas novas informações, explicações e elementos que modificam aquilo que antes era tido como certeza, e essas mudanças balançam a leitura. Isso torna o livro instável: ou você amará a proposta, ou odiará. Para mim, funcionou perfeitamente, porque gosto de ver todas as pontas soltas se amarrarem — e a trama realmente exige respostas, que felizmente chegam. Por ser o último volume da trilogia principal, é sem dúvida o mais denso.
"Há vezes em que você se senta e deixa os outros brincarem sozinhos e há vezes em que você se levanta e controla a música. E a verdade é que nunca fiquei muito bem parado." — pág. 119
Sobre os personagens, preciso elogiar o amadurecimento deles. Praticamente todos — Sam, Grace, Isabel e Cole — cresceram de forma notável, e fizeram cada etapa da trajetória valer a pena. Quando você percebe que, mesmo com receios, medos e dúvidas, as escolhas certas os trouxeram até aqui, o coração se aquece. Meu favoritismo fica com o Cole, que ganhou muito mais protagonismo nesse desfecho — merecidamente. Para alguém que comecei achando fútil e mesquinho, terminar a série admirando seu comportamento é surpreendente.
Concluir uma trilogia que equilibra romance e fantasia/sobrenatural sem que um sobreponha o outro é difícil. No geral, acredito que a série encontrou esse equilíbrio, mas com maior evidência nos aspectos românticos. Por isso, reforço: não é uma série ideal para quem não gosta de problemáticas que permeiam relacionamentos amorosos. É um livro com sua boa dose de shipper — e não apenas de um casal.
Agora, falando sobre relacionamentos, o desfecho pode ser um choque para quem torceu e vibrou esperando um ciclo totalmente fechado. Sem entrar em spoilers, considero um final emblemático. Confesso que só o aceitei porque um final aberto vindo da Maggie não seria surpreendente — ainda assim, doeu. Especialmente ao lembrar que não há continuação. Esse fim é somente para os fortes!
De forma geral, terminar novamente Os Lobos de Mercy Falls só reforçou por que sou tão fascinada por histórias assim. Não considero que seja uma recomendação para todos os leitores de fantasia, mas se você é fã da autora ou gostou de Os Garotos Corvos, esta é uma indicação certeira! Aos fãs de romantasia? Só leiam!
"Eu me senti instável como Beck, naquele momento. Era como se eu tivesse desdobrando todas as minhas garças de papel e tivesse encontrado algo desconhecido impresso em uma delas. Durante toda minha vida, eu havia pensado que minha história era assim: Era uma vez um menino, e ele teve que arriscar tudo para manter o que amava. Mas, na verdade, a história era: Era uma vez um menino e o medo que ele sentia o comia vivo." — pág. 300
Na parte física, a capa segue o padrão da série adotado pela editora — que considero apenas mediano. Após a mudança drástica de diagramação entre os volumes 1 e 2, foi mais fácil se acostumar com este. Não encontrei erros de revisão ou ortografia. A narrativa segue em primeira pessoa pelos pontos de vista de Grace, Sam, Isabel e Cole.
Terminar a trilogia é perceber que algumas histórias não terminam: elas apenas mudam de forma, assim como os lobos. Espero que tenham gostado da resenha! E vocês, já leram Os Lobos de Mercy Falls? Ficaram interessados? Contem nos comentários!
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