[Resenha] Echo, Seven Rue

Livro: Echo

Autora: Seven Rue

Editora: The Gift

Páginas: 212

Gênero: Romance Erótico / +18 

Nota: ⭐⭐⭐+ 0.5

Ninguém procuraria por mim. Ou assim pensei. Fugi do homem horrível com quem minha mãe me deixou, esperando poder começar do zero em outra cidade. Mas, nas profundezas do Alasca, onde escolhi me esconder, não havia lugar para eu ficar. Depois de dias caminhando e perdida, encontrei abrigo em uma cabana, longe da civilização. Até que, um dia, eles chegaram. Três irmãos, cada um mais musculoso e complexo do que o outro. Eles me deixaram ficar e, conforme o tempo passava, mais próxima eu ficava de cada um deles. Logo percebi que os três tinham um efeito sobre mim, e eu não podia mais negar os sentimentos que tinha por eles. Nossa ligação ficou mais forte e, antes de sair da cabana para voltar para sua casa, eles prometeram me manter segura para sempre. Mas quando as duas pessoas que eu queria esquecer apareceram procurando por mim, prometendo sermos uma família novamente, tive que decidir se queria passar o resto da minha vida com eles, ou com os três homens que tinham cuidado de mim. Este é um romance de harém reverso com cenas de sexo explícito e diferença de idade de mais de dezenove anos.

Echo é uma história que conquista os fãs de romance erótico. É meu primeiro contato com a escrita da Seven Rue, e aqui estou, esperando mais livros dela. Bom que a editora já tem outro título para ser lançado por agora, então não terei que esperar muito — Cinquenta e Seis vem aí!

Echo fugiu de casa. Querendo ficar o mais longe possível do seu padrasto e dos abusos que sofria, ela acaba encontrando uma cabana vazia, praticamente isolada no Alasca. Sem grandes alternativas — já que estava andando a dias sem encontrar nada — ela decide ficar no local. No entanto, esse lugar tem um dono, e nesse caso, são donos. Os três irmãos Summit, Willem e Nordin a usam para a temporada de caças, e ficam surpresos ao chegar e encontrar alguém vivendo por lá. Ao descobrirem a jovem, decidem que Echo pode morar lá, com eles, até encontrar seu caminho. O que não esperavam, é que uma tensão sexual e emoções aparecessem. Além disso, o passado da jovem podem ser um grande problema. Serão capazes de viverem esse amor?

A temática do desenvolvimento não é algo tão novo para mim. Harém reverso é um subgênero que já explorei bastante — numa época em que estava a procura de excentricidade — e por isso, vê-lo ganhar formas físicas no mercado editorial brasileiro, é algo gratificante. Em minha opinião, é um cenário que ainda precisa ter mais espaços e chances dentro do universo literário. Com certeza foi uma aposta da editora The Gift, e creio que deu certo.

Esse tipo de narrativa possui um molde próprio de andamento, que por mais que aparenta ser de fácil compreensão, é preciso ter mente aberta para o que o decorrer pode apresentar — afinal, estamos falando de um relacionamento de uma mulher com mais de um homem. Além disso, o harém reverso pode vir aliado com diversos outros tipos de conjunturas, o que lhe dá um leque amplo de composições. Echo traz um pouco de drama, um pouco do romance erótico, além de protagonistas com uma diferença grande de idade.

"Tive aquela sensação familiar dentro de mim de saber que algo bom estava para acontecer. Algo que me faria feliz, mas eu ainda não tinha me acostumado com três homens me querendo e eu os querendo." pág. 73

O título me conquistou pelo fato de seus personagens serem cirurgicamente moldados para o contexto proposto. Entendemos suas emoções, sentimentos e atitudes, de forma a concordar com o que eles optaram a seguir para a realidade deles. É um romance que entrelaça muito bem sua trama, onde ainda que aparente ser dinâmica — é uma obra com menos de 250 páginas — tem início, meio e fim estruturados.

Para mim, o maior destaque da leitura é a jovem Echo. Seu passado traumático e o fato de ser muda não são empecilhos para a busca da felicidade própria. Ao decidir fugir da vida que tinha para construir uma nova, encarando o desconhecido, fica fácil para o leitor compreender a força dessa menina que tenta não ser derrubada ou abalada por ninguém. Assim como, ao decidir o tipo de relacionamento que quer.

O exemplar também tem seus momentos de ápices com reviravoltas inesperadas — ou nesse caso, está mais para revelações desconcertantes — que podem desestabilizar as relações e reviver acontecimentos passados. O desfecho é condizente com todo o conteúdo trabalhado, e confesso, que até me deu um quentinho no coração. Sim, eu gostei da experiência de leitura.

De uma forma geral, Echo é uma excelente dica para quem gosta de um romance que foge do clichê. Esteja preparado para entrar de cabeça, onde muita das vezes, não queremos sair. E para aqueles que já gostam do assunto, indico demais. Echo é um excelente título dentro dessa esfera.

"Com Echo... era diferente. Havia um vínculo que nunca tivemos com nenhuma outra antes, e isso se somava a tudo que estávamos fazendo. Ela se sentia confortável conosco, e nós deixávamos brincar conosco tanto quanto brincávamos com ela." pág. 109

Na parte física, acho a capa muito linda — escolha acertada da editora — assim como manterem o título igual ao original. A diagramação é a padrão da The Gift, com detalhes nas páginas, com texto espaçado e confortável de ler. Não encontrei erros de revisão ou ortográficos. A narrativa é feita em primeira pessoa pelos pontos de vistas dos irmãos e da Echo alternados.

Espero que tenham gostam, e possam dar uma oportunidade. Agora me digam: conheciam Echo? Já ouviram falar ou querem ler? Deixa nos comentários!