Autora: Colleen Hoover
Editora: Galera Record
Páginas: 368
Gênero: Drama Familiar / Romance
Nota: ⭐⭐⭐⭐⭐+💗
Será que todos merecem uma segunda chance? É o que mais deseja Kenna Rowan, na luta para recuperar os pedaços estilhaçados de sua antiga vida após um trágico acidente ter colocado tudo a perder. Depois de passar cinco anos na prisão após um trágico acidente, Kenna Rowan retorna à cidade onde tudo deu errado, esperando poder viver ao lado da filha pequena. Mas agora os abismos criados por Kenna parecem instransponíveis. Todos ao redor da sua filha estão determinados a rejeitar Kenna, não importa o quanto ela tente provar que mudou. A única pessoa que não a ignora é Ledger Ward, dono de um bar e um dos poucos elos que ainda lhe resta com a criança. Porém, se os moradores da cidade desconfiarem de que Ledger vem se tornando importante na vida de Kenna, ambos correrão o risco de perder tudo o que mais importa para eles. Com pontos de vista alternados entre os dois personagens, Uma segunda chance explora o quanto julgamentos apressados baseados em informações que podem não ser verdadeiras tem o potencial de acabar com a vida das pessoas.
E mais uma vez, Colleen Hoover me conquista com suas histórias! Uma Segunda Chance entra para meu ranking de livros favoritos da autora, onde a mistura do drama familiar e romance mexeram com minhas emoções. Resenha sem spoilers!
Kenna Rowan, após cinco anos na prisão, está recebendo a chance de retornar à sociedade. Presa por estar dirigindo o carro que causou o acidente que matou seu namorado, e seu grande amor, sua única preocupação e objetivo de vida atual é tentar rever a filha que nasceu enquanto presa — e que não pôde conhecê-la. É por isso, que o retorno para a cidade onde os avós que são os guardiões legais da pequena Diem é algo planejado. O que não estava nos planos, era acabar tendo uma relação com alguém que não deveria ter... alguém que pode lhe ajudar a rever a filha ou pode acabar atrapalhando tudo.
Até começar a ler o desenvolvimento, eu não tinha percebido a saudade que estava de enredos mais dramáticos, na qual, eu considero a Colleen Hoover a rainha. Contextos onde você se entrega porque se identifica com as cenas; cenas estas, em que temos a sensação de ser abalada pelas profundas dores, anseios e angústias dos personagens; além da compreensão e compaixão de se colocar no lugar daquele que está em um momento difícil.
A autora é sempre capaz de nos desestruturar em seus títulos, e aqui não foi diferente. Nos deparamos com a solidão do ser humano, a relação impedida entre mãe/filha e a dificuldade da externalização dos sentimentos mais profundos. Logo no início, acabei prevendo que as pancadas seriam fortes, e tudo transcorreu como esperado: chorei horrores.
"Kenna transforma-se numa pessoa diferente bem diante dos meus olhos. È como se eu estivesse testemunhando o momento que ela se torna mãe, e talvez essa seja a coisa mais bonita que já tenha visto." pág. 165
O drama é um gênero que trabalha com fatos que beiram a vida real, e isso por si só é capaz de abalar o leitor. Somado a uma escrita que transpassa essa carga, torna-se um prato cheio para as lágrimas rolarem. A construção de impasses e decisões difíceis e uma realidade onde não existe um lado certo ou errado, faz com que indagamos todas as ocorrências e situações. No entanto, é impossível não deixar de esbravejar e querer entender o por quê de uma mãe ser tão impedida de ver a sua própria filha. O que existe por trás dessa atitude?
E a medida que as descobertas são feitas, as informações ocultadas são colocadas na mesa e as revelações são confessadas, o quebra-cabeça começa a ser montado. Para mim, Kenna deixou muitas coisas crescerem acerca dela, sem ter uma voz ativa para desmentir ou retrucar. E em consequência, tudo virou uma grande bola de neve. Infelizmente, para contornar toda essa problemática ela depende muito mais daqueles que estão em volta do que si mesma. O que é difícil já que por conta da vida que teve, aprendeu a ser independente.
Falando sobre o romance, me surpreendi com o fato dele não ter me agradado na totalidade, o que é raro. Apesar de reconhecer que Ledger estava em um impasse difícil, fiquei desconfiada dessa total imparcialidade até ele ter a atitude correta de se posicionar — apesar de como falei anteriormente, existem lados na trama, mas não o certo ou errado. É uma pano de fundo que tem seus instantes de destaque, e compõe belamente a obra. Ainda assim, penso que ele é ofuscado pela enormidade que é a relação materna da conjuntura.
Acredito que toda essa tensão lapidada na composição, transforma-se em um audível alívio quando o fim se apresenta com desfechos felizes. As expectativas são cumpridas, e apesar de aparentar ser de um estilo clichê, creio que é aquilo que a maioria quer quando imaginamos finais felizes. A questão é que até isso aparecer na nossa frente, é imprevisível prever qual caminho a autora vai optar. E essa é a mágica que te faz continuar lendo até ter a resposta.
"Eu não fazia ideia de que essa era a única coisa que me fazia hesitar em relação a Ledger. Só precisava saber que ele acreditava em mim. Agora que sei que ele acredita, não consigo encontrar nenhuma parte minha que não queira cada parte dele." pág. 255
De uma forma geral, Uma Segunda Chance é uma leitura que marca e sensibiliza. A cada novo lançamento, Colleen Hoover sempre demonstra que é capaz de inovar e melhorar seus exemplares. Entrou facilmente no meu top 3 favoritos dela.
Na parte física, a capa não seria uma das minhas escolhas inicias — confesso, que prefiro a original. A diagramação é a padrão e comum da Galera Record: texto confortável e espaçado para ler. Não encontrei erros de revisão ou ortográficos. A narrativa é feita em primeira pessoa, pelos pontos de vistas do Ledger e da Kenna de forma alternada.
Espero que possam dar uma oportunidade — e amar, assim como eu gostei! Agora me digam: conheciam Uma Segunda Chance? Já leram algo da Colleen Hoover? Deixa nos comentários!