Livro: Outlander: A Libélula no Âmbar #2
Série: OutlanderAutora: Diana Gabaldon
Editora: Arqueiro
Páginas: 880
Gênero: Romance / Histórico / Fantasia
Nota: ⭐⭐⭐⭐⭐💗
Claire Randall guardou um segredo por vinte anos. Ao voltar para as majestosas Terras Altas da Escócia, envoltas em brumas e mistério, está disposta a revelar à sua filha Brianna a surpreendente história do seu nascimento. É chegada a hora de contar a verdade sobre um antigo círculo de pedras, sobre um amor que transcende as fronteiras do tempo... E sobre o guerreiro escocês que a levou da segurança do século XX para os perigos do século XVIII. O legado de sangue e desejo que envolve Brianna finalmente vem à tona quando Claire relembra a sua jornada em uma corte parisiense cheia de intrigas e conflitos, correndo contra o tempo para evitar o destino trágico da revolta dos escoceses. Com tudo o que conhece sobre o futuro, será que ela conseguirá salvar a vida de James Fraser e da criança que carrega no ventre?
Com um brilhantismo sem igual, Diana Gabaldon faz com que Outlander seja uma das minhas séries favoritas — e ela, sem dúvidas, uma das minhas autoras do coração. Não é qualquer livro que me faz atravessar quase mil páginas com tanta fluidez, sem cansaço e completamente envolvida. A releitura dos primeiros volumes foi essencial para que meu fôlego por esse universo fosse renovado.
No ano de 1968, Claire viaja pela Escócia ao lado de sua filha. Ela enxerga nessa jornada a oportunidade perfeita para revelar um segredo guardado por vinte anos — um segredo capaz de mudar suas vidas para sempre. Ao revisitar esse passado, somos transportados novamente ao lado de Claire e Jamie, agora envolvidos em uma arriscada tentativa de evitar um massacre histórico: a derrota dos escoceses em sua revolta. Ambientado na França, o livro nos apresenta uma nova e perigosa aventura do casal, em que o destino de muitos está em jogo. Será que é possível mudar o passado? Até onde vale ir por amor e esperança?
O desenvolvimento da trama é uma sucessão de surpresas. Impressiona como, mesmo com um salto temporal tão significativo, a autora mantém a narrativa firme, coesa e extremamente envolvente. Diana constrói seu universo com riqueza de detalhes, conduz os acontecimentos com precisão e, ao mesmo tempo, lança pequenas doses de incertezas e tensão que nos mantêm presos à leitura. Cada capítulo carrega em si a sensação de que algo grandioso está para acontecer.
A fusão entre ficção e fatos históricos, tão bem-sucedida desde o primeiro volume, aqui ganha ainda mais força. Com o contexto de guerra assumindo grandes proporções, o cenário histórico se impõe de forma marcante. Entre estratégias políticas, alianças perigosas e decisões impossíveis, temos um romance arrebatador, dramas intensos e um suspense constante. É um livro denso, volumoso e carregado de referências — e, sinceramente, eu não tiraria uma única vírgula.
"Nossas mãos buscaram um ao outro, tateando à luz mortiça do sol poente, ansiosas pelo toque do calor da pele, pelo reconforto da carne, pela dureza do osso invisível sob a pele que nos fazia lembrar de como a vida é curta." pág. 523
Os personagens seguem sendo um dos maiores destaques da obra. Jamie, Claire, Murtagh, Fergus… todos são tão bem construídos que o vínculo entre eles transborda das páginas. Suas personalidades, humores, falhas e virtudes são apresentados com uma franqueza crua e extremamente humana. É nítido o cuidado da autora em lapidar cada um, tornando-os absolutamente cativantes.
A “retomada” do casal e suas tentativas de alterar acontecimentos cruciais da História nos lançam em uma verdadeira espiral de informações, estratégias e dilemas morais. São inseridos inúmeros elementos políticos e militares, além de curiosidades sobre a época que enriquecem demais a leitura. Falta de detalhes é algo que definitivamente não existe aqui. A Libélula no Âmbar exige entrega completa do leitor — é um calhamaço que pede atenção para que cada peça do grande tabuleiro seja compreendida.
E o final… ah, o final. Mesmo relendo, ele continua devastador. Impactante. Avassalador. Ficamos repletos de teorias, dúvidas, medos e esperanças. É aquele tipo de desfecho que dói, aperta o coração e, ao mesmo tempo, cria uma urgência quase física de pegar o próximo volume. A ansiedade por O Resgate no Mar é simplesmente inevitável.
De forma geral, o sucesso de Outlander é mais do que merecido — seja nos livros ou na adaptação para a TV. A força da escrita, a complexidade do enredo e a intensidade dos protagonistas tornam essa história absolutamente singular. Sou completamente rendida a esse universo e recomendo de olhos fechados.
"— Eu sei — disse ele serenamente. — Eu realmente sei, querida. Deixe que eu lhe diga em seu sono o quanto eu a amo..." pág. 854
Na parte física, gosto bastante dessas capas com os pôsteres da série e, inclusive, substituí todos os meus volumes pelas edições com essa arte. No entanto, fiquei bastante decepcionada com a gramatura das folhas, excessivamente finas e frágeis — algo que nunca havia enfrentado com a editora Arqueiro, cuja qualidade sempre elogiei. A narrativa é feita em terceira pessoa, com maior foco nos pontos de vista de Claire e Roger.
A Libélula no Âmbar não é apenas uma continuação — é uma experiência intensa, dolorosa e arrebatadora. Um livro que fala sobre amor em tempos impossíveis, sobre escolhas que custam tudo e sobre destinos que nem sempre podem ser mudados. Se você já ama Outlander, este volume vai partir o seu coração em mil pedaços — e ainda assim, você vai agradecer por cada um deles. E se ainda não conhece a série… talvez esteja diante do momento perfeito para se perder nesse universo inesquecível. Agora me conta: você já leu este volume? Prefere os livros ou a série? Vamos conversar nos comentários!
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