Oi, leitores, tudo bem? Vocês também olham para a estante, ou o Kindle, e sentem aquela pontinha de culpa por tantos livros esperando? Eu mesma começo um, já penso em outro e, no fim… fico paralisada! Neste post, quero abrir uma conversa sincera sobre essa pressão invisível que nós, leitores, colocamos sobre nós mesmos — e como transformar a culpa em prazer de leitura.
Acompanhar todos os lançamentos do mercado literário é impossível! Não só pela quantidade de títulos que surgem mensalmente, mas também por questões práticas como tempo disponível, ritmo pessoal de leitura e, claro, custo. Afinal, os livros estão cada vez mais caros — e isso, inclusive, rende um bom bate-papo em outro post. Com isso, acabamos entrando em um ciclo de metas irreais. Queremos ler dez, doze, quinze livros por mês como se isso fosse um sinal de comprometimento com o hobby — e não uma fonte de frustração. Quando não conseguimos, sentimos culpa, atraso ou até desconexão com a comunidade — especialmente em tempos de redes sociais, onde cada “meta cumprida” vira um post bonito no feed.
Eu mesma já me sinto indo contra a maré por simplesmente não conseguir seguir uma TBR. Ter uma lista definida me transforma automaticamente em uma leitora rebelde: escolho qualquer livro, menos os da lista. E, sinceramente? Às vezes é libertador. Nem sempre estamos no clima de ler o que planejamos semanas antes. Além disso, somos seres humanos com rotinas, imprevistos e estados emocionais que nem sempre combinam com o clima da leitura que havíamos escolhido. Um livro mais denso pode se tornar cansativo num mês puxado; uma comédia leve pode parecer superficial quando estamos reflexivos. E tudo bem. Ler é um prazer, não uma obrigação.
O ponto é: precisamos normalizar a ideia de que não dar conta da TBR não nos torna menos leitores. Precisamos nos permitir ler no nosso ritmo, abandonar livros sem culpa, reler o que amamos e até — por que não? — passar dias sem ler nada. Porque o silêncio entre uma leitura e outra também tem valor. Se você quer aproveitar melhor os livros que já tem na estante ou no Kindle, aqui vão algumas sugestões que podem ajudar — mas lembre-se: o importante é adaptar tudo à sua realidade!
1. Monte uma TBR flexível: escolha entre 3 a 5 livros por mês que você gostaria de ler, mas, se der vontade de trocar no meio do caminho, tudo bem! Pense nela como uma “sugestão de cardápio”, não um contrato.
2. Alterne gêneros ou estilos: ler um thriller depois de um romance denso, ou intercalar uma fantasia com um livro de não ficção, pode renovar seu fôlego. Isso evita a fadiga de leitura e mantém o cérebro estimulado.
3. Crie momentos de leitura no seu dia: nem que sejam 10 ou 15 minutos antes de dormir ou durante o café da manhã. A constância é mais eficaz do que longas sessões esporádicas.
4. Estabeleça mini metas realistas: em vez de “ler o livro inteiro em dois dias”, tente “ler dois capítulos por dia” ou “ler até tal página”. Pequenas metas são mais motivadoras — e alcançáveis.
5. Use desafios como estímulo, não como pressão: desafios como “ler um livro com capa azul” ou “um autor novo” podem tornar a TBR mais divertida. Mas, se virar cobrança, vale pular.
6. Não tenha medo de abandonar (ou pausar) um livro: se você não está curtindo uma leitura, tudo bem parar. Às vezes, não é o livro certo para aquele momento — e forçar pode acabar afastando você da leitura por completo.
7. Reavalie sua TBR de tempos em tempos: faça uma limpa. Talvez alguns títulos nem façam mais sentido para você hoje. E tudo bem desapegar de livros que não despertam mais o seu interesse.
Ler deve ser uma forma de aconchego, não de cobrança. Por isso, se você também anda se sentindo pressionado ou sobrecarregado com metas, lembre-se: a sua jornada literária não precisa seguir o ritmo de ninguém além do seu. Que tal fazer as pazes com seus livros e ler no seu tempo, do seu jeito?