Autora: Penelope Ward
Editora: Charme
Páginas: 320
Gênero: Romance Contemporâneo / Drama
Nota: ⭐⭐⭐+ 0.5
Prepare-se para se apaixonar pela nova história de Penelope Ward, a autora de romance best-seller do New York Times. Inicialmente, meu vizinho Deacon me deixava frustrada. Claro, ele era bonito e amigável. Mas as nossas paredes eram finas, e de vez em quando, ele trazia mulheres para o seu quarto e me deixava acordada a noite toda enquanto as “entretinha”. Como mãe solo de uma bebê, eu não gostava muito disso. Até que finalmente chegou a minha vez. Certa noite em que minha filha não parava de chorar, o sr. Mulherengo veio bater à minha porta. Milagrosamente, ao som da voz dele, Sunny se acalmou. E quando ele a segurou… ela adormeceu em seus braços. Deacon era arredio por fora, mas por dentro? O sr. Solteirão-e-Pronto-Para-Tudo era um encantador de bebês. Depois daquela noite, nós nos tornamos amigos. Ele ia buscar café. Vinha para conversar. Coisa normal entre amigos. Mas, com o tempo, as nossas conversas se aprofundaram. Nos aproximamos. Até que uma noite cruzamos a linha. Nossa amizade se transformou em uma bagunça complicada. Me apaixonei por um cara que havia jurado evitar compromisso e filhos. Eu sabia que Deacon estava começando a se importar comigo também, mesmo que a Sunny e eu não nos encaixássemos em nenhum plano que ele tivesse imaginado para si. Ele era errado para mim — tão errado que o apelidei de o “anti-namorado”. Então por que eu desejava mais do que qualquer coisa ser a única mulher capaz de mudá-lo?
E para a minha surpresa, resolvi ler um livro da Penelope Ward este mês, e o escolhido foi O Anti-Namorado. Com uma meta pessoal de ler todos os livros lançados da autora no Brasil, sinto que estou perto de cumprir esse objetivo. O título conseguiu me conquistar em grande parte, mas como leitora experiente de romances com drama, percebi certas ressalvas na narrativa.
Carys, mãe solo, se irrita com Deacon, seu vizinho bonito e mulherengo, cujas noitadas barulhentas a deixam acordada. Tudo muda quando ele acalma sua bebê Sunny e revela um lado carinhoso e inesperado. A partir daí, eles constroem uma amizade baseada em conversas e pequenas gentilezas. Com o tempo, a atração fala mais alto, e eles cruzam a linha entre amigos e algo mais. O problema é que Deacon sempre evitou compromissos e filhos, tornando-se o “anti-namorado”. Mesmo assim, Carys se vê apaixonada e determinada a ser a única capaz de conquistá-lo. Será que ela conseguirá?
Um dos maiores pontos positivos dos livros da Penelope Ward é a estruturação e narrativa fluida. Seus desenvolvimentos são fáceis de acompanhar e tornam a leitura totalmente imersiva. A autora consegue explorar romances que conversam com a vida adulta e realista das mulheres, abordando temas como maternidade solo, traumas familiares, machismos, relacionamentos tóxicos e outros desafios cotidianos.
A trama apresenta altos e baixos, pois somos constantemente apresentados a detalhes que mudam o rumo das escolhas e decisões dos personagens — o que mantém a leitura envolvente. Talvez o fato de eu não ter lido a sinopse tenha potencializado o efeito surpresa; minha sugestão é não se aprofundar muito na sinopse para aproveitar melhor os impactos da história.
"— A minha avó sempre diz que se você pensar positivo e acreditar que tudo vai dar certo, vai dar. Nós nao temos ideia de quanto a nossa perspectiva afeta as coisas." pág. 53
Minha maior ressalva é que não consegui criar uma conexão profunda com os personagens e nem me envolver tanto com o romance central. Faltou química entre Deacon e Carys, bem como um aprofundamento maior dos sentimentos, o que diminuiu meu envolvimento emocional com a história. Deacon e Carys são personagens voláteis, dando a sensação de que suas decisões poderiam mudar a qualquer momento — algo que se repete até as páginas finais. Essa instabilidade não me pareceu um ponto positivo, ainda que o final nos ofereça a segurança de um desfecho feliz.
Entre os personagens, quem mais me cativou foi a filha de Carys, Sunny. Seus trejeitos e presença abriram portas para debates importantes sobre crianças com Síndrome de Down e como elas são vistas pela sociedade. Não é um aprofundamento total, mas as pinceladas sobre o tema trazem uma exposição necessária e delicada.
O final é redondinho, dentro do padrão dos romances contemporâneos, com todos os detalhes sobre o futuro do casal — o que eu adoro. De forma geral, O Anti-Namorado pode não ser meu favorito da autora, mas certamente está entre os melhores. Fãs de romance, esta é uma leitura que vale a pena!
Na parte física, a editora Charme manteve a capa original — algo que particularmente sempre adoro. A diagramação segue o padrão da editora, com detalhes nas páginas, início de capítulos e dentro do texto. O espaçamento é confortável e não encontrei erros de revisão ou ortográficos. A narrativa é feita em primeira pessoa, alternando entre os dois pontos de vista principais.
"— Todos nós somos complicados de diferentes maneiras, Deacon. Eu nunca planejei estar em outro relacionamento. Praticamente tinha desistido. Então de certa forma, estamos aprendendo junto conforme vivemos a partir daqui." pág. 222
Espero que tenham gostado da resenha e possam dar uma oportunidade. Agora me digam: leriam? Deixa nos comentários!