Autora: Emily Henry
Editora: Verus Editora
Páginas: 418
Gênero: Romance Contemporâneo / Drama
Nota: ⭐⭐⭐⭐ + 0,5
Harriet e Wyn são o casal dos sonhos desde a faculdade ― eles sempre foram perfeitos juntos, como sal e pimenta, mel e chá, queijo e goiabada. Só que agora ― por razões sobre as quais não conversam ― eles não combinam mais. Faz cinco meses que Harriet e Wyn terminaram, e ainda não contaram aos seus melhores amigos. Assim, continuam dividindo o maior quarto da casa no Maine onde sua turma de amigos passa férias há uma década. Todo ano, por uma semana vibrante e colorida, eles dão uma pausa na rotina e vão beber vinho, se empanturrar de queijo e frutos do mar e curtir a praia com as suas pessoas favoritas. Só que este ano Harriet e Wyn estão mentindo na cara dura enquanto tentam disfarçar que ainda se querem desesperadamente. Porque a casa no Maine está à venda, e esta é a última semana que os amigos terão para ficar juntos no paraíso. Harriet e Wyn não querem estragar as férias, então fingem que está tudo bem. Ela vai continuar sendo a médica-residente motivada que jamais começa uma briga, e ele, o cara charmoso e descontraído que nunca deixa transparecer os problemas. É um plano infalível ― se você olhar bem de longe e com óculos de sol com manchas de protetor solar nas lentes. Depois de anos apaixonados, não deve ser tão difícil fingir por apenas uma semana, na frente das pessoas que conhecem os dois como ninguém… certo?
É notável a evolução da Emily Henry a cada novo lançamento! Lugar Feliz tinha tudo para ser um livro que eu não leria, mas, por ser da autora, resolvi dar uma chance — e que grata surpresa! Uma história sobre amadurecimento, romance e recomeços, escrita de forma encantadora.
Harriet e Wyn foram um casal perfeito por anos, mas terminaram há cinco meses sem contar aos amigos. Quando chegam à tradicional casa no Maine para a última semana de férias do grupo, precisam dividir o mesmo quarto e fingir que ainda estão juntos. Entre risadas, vinho e memórias, eles escondem o término para não estragar a viagem. Mas, enquanto tentam manter as aparências, a química entre os dois continua intensa. Em meio à nostalgia e sentimentos não resolvidos, fingir que nada mudou pode ser mais difícil do que imaginam. Essa última semana juntos pode mudar tudo.
Eu acho que já não tenho mais adjetivos para elogiar o quão bons são os desenvolvimentos da autora. Mais uma vez, bato na tecla de que existe um certo “tempero” na escrita da Emily Henry que a diferencia dos demais autores de romance. Não é apenas o fato de seus personagens serem mais maduros, mas a forma como ela estrutura seus enredos que nos encanta e vicia — você simplesmente não consegue parar de ler.
Algo que já vinha notando nos lançamentos anteriores, e que aqui ganha ainda mais força, é a maneira como ela valoriza e engrandece as relações de amizade. Me arrisco a dizer que essa temática é até mais forte que o próprio romance, já que ela apresenta tanto o lado bom quanto o lado ruim dos grandes laços de amizade. A narrativa, alternando entre presente e passado, nos ajuda a entender como essa relação se construiu — e é simplesmente sensacional.
"Wyn é um garoto dourando. E eu sou uma garota cuja vida foi escrita em tons de cinza. Eu tento não amá-lo. Tento de verdade." pág. 118
Apesar de não ter se tornado meu favorito, foi o livro em que mais me identifiquei com os protagonistas. Harriet e Wyn são dois adultos que mostram de cara seus defeitos — já sabemos pela sinopse que eles se separaram por um motivo ruim — e, ao longo da leitura, vamos compreendendo como isso se conecta com suas qualidades e escolhas. São personagens que precisaram passar pela dor da perda para redescobrirem quem são e o que querem da vida. É uma trama que fala, acima de tudo, sobre crescimento pessoal.
Arrisco dizer que, até agora, esse é um dos livros mais realistas da autora, dialogando diretamente com leitores jovens e adultos. Explorando temas como relações fraternais, escolhas profissionais, futuro e amizade — aliados a um romance —, a narrativa cresce aos poucos, construindo seu ápice com cuidado. Existe uma grande reviravolta que muda completamente o rumo da história e, quando ela chega, percebemos que tudo vinha sendo cuidadosamente elaborado.
Admito que, por conta das resoluções finais, esperava um desfecho mais agridoce. Contudo, quando as conversas necessárias acontecem e as coisas começam a se resolver, o final entrega aquele “quentinho no coração”. Não chega a ser um encerramento definitivo — algumas pontas ficam em aberto —, mas funciona perfeitamente para a proposta do livro.
De forma geral, Lugar Feliz confirma que Emily Henry veio para ficar. No meu ranking pessoal, ele fica coladinho com Loucos por Livros, e tenho certeza de que quem já gosta da autora vai encontrar aqui mais uma leitura especial. Indico demais para os fãs de romances contemporâneos.
"— Tem alguma peça ue se pareça com a gente? — pergunta Wyn. Todas se parecem, penso. Você está em todos os meus lugares mais felizes. É você que a minha mente busca quando precisa se acalmar." pág. 227
Na parte física, a capa segue o mesmo padrão dos livros anteriores. Na minha opinião, são artes típicas do gênero, então não me causam tanto impacto. A diagramação acompanha o estilo da Verus: espaçada, com detalhes no início dos capítulos. Não encontrei erros de revisão ou ortográficos aparentes. A narrativa é feita em primeira pessoa, pelo ponto de vista da Harriet.
Espero que tenham gostado, e possam dar uma oportunidade! Nem todo final feliz precisa ser perfeito — alguns só precisam ser verdadeiros. E é isso que Lugar Feliz entrega: uma história sincera, intensa e inesquecível. Se você ainda não leu Emily Henry, talvez esse seja o melhor lugar para começar.