Livro: Nightfall #4Série: Devil's Night
Autora: Penelope Douglas
Editora: The Gift BR
Páginas: 644
Gênero: Romance Dark
Nota: ⭐⭐⭐⭐⭐💗
O que acontece quando são cinco contra um e não há lugar para onde fugir? EMORY: Eles a chamam de Blackchurch. Uma mansão isolada em uma localização desconhecida e remota, onde os ricos e poderosos enviam seus filhos desajustados para que esfriem a cabeça longe dos olhares indiscretos. Will Grayson sempre agiu como um animal. Irresponsável, selvagem e alguém que nunca se apegou a regras, fazendo sempre o que ele queria. De forma alguma, seu avô se arriscaria à humilhação de ver o nome da família na lama outra vez. Mesmo que a última vez não tenha sido inteiramente sua culpa. Ele pode até ter gostado muito de me encurralar nos cantos dos corredores da escola quando ninguém estava olhando, para que ninguém percebesse que o Sr. Popular, na verdade, queria colocar a mão na pequena e pacata nerd que ele amava perturbar, mas... Ele também podia ser cordial. E cruel em uma tentativa de me proteger. A verdade é que... Ele tem todo o direito de me odiar. Aquilo tudo é minha culpa. Tudo. A Noite do Diabo. Os vídeos. As prisões. Eu sou culpada por tudo isto. E não me arrependo nem um pouco. WILL: Eu nunca me importei em estar preso. Aprendi há muito tempo que ser tratado como um animal te dá permissão para agir como um. Ninguém nunca olhou para mim de outra forma. O único erro deles é achar que qualquer coisa que eu faça, é por acidente. Posso ficar aqui nesta casa sem Internet, televisão, bebidas ou garotas, mas sairei daqui com algo muito mais assustador para aqueles que são meus inimigos. Um plano. E uma nova matilha de lobos. Eu só não esperava que meus inimigos viessem até mim. Não faço ideia de quem a enfiou aqui dentro ou se realmente a intenção era deixá-la à minha mercê, mas posso farejá-la se escondendo pela casa. Ela está aqui. E quando a equipe de segurança vai embora depois de deixar os suprimentos, os portões se fecham e a porta da minha jaula é aberta, dando-me livre acesso à mansão e ao terreno da propriedade, por mais um mês sem supervisão alguma... Um sorriso se espalha pelo meu rosto quando me lembro... Blackchurch abriga cinco prisioneiros. Eu sou apenas um de seus problemas.
Ler Devil's Night me deu a sensação de adentrar uma montanha-russa onde não falta adrenalina, e não existe freio. Terminar a série foi simplesmente estarrecedor, e demonstra o quanto os livros da Penelope Douglas podem ser caixinhas de surpresas (sim, eu sei que temos Fire Night pela frente, contudo, é praticamente uma novela rápida). Com maestria, temos um romance dark único que conquista, que enlouquece nas descobertas e nos deixa de coração acelerado, onde Nightfall encerra brilhantemente a jornada.
Se teve algum exemplar da Penelope Douglas que coloquei todas as minhas expectativas antecipadamente, foi esse. Will vinha me conquistando de pouco em pouco nos antecessores, de forma que cheguei nesse desenvolvimento sedenta por entender quem realmente ele é. É um título com mais de seiscentas páginas de construção, respostas e ações, então ter paciência para tudo se encaixar é necessário — o que talvez, tenha me faltado no início.
Por ter gerado esse tanto de ansiedade, confesso, que me frustrei um pouco na primeira parte do enredo pois de cara senti que não estava gostando da protagonista e de algumas situações que ela se colocava — essencialmente quando adentrávamos o contexto do passado. Porém, ao longo do andamento quando revelações e explicações são dadas, as atitudes e comportamentos dúbios ficam plausíveis. E essa mudança é tão drástica, ao ponto de eu terminar a narrativa simplesmente adorando toda essa evolução.
"— Mas um dia você vai ser minha — rosnou. — Pode descer o fogo do inferno, ou o celestial, Emory Scott. Você é minha mulher, e vai voltar para casa, para mim, todos os dias, vai se sentar à minha mesa e aquecer minha cama. — Ele me beijou. — E vai me dar um Will Grayson IV. Anote estas palavras" pág. 270
Além da conjuntura do casal principal sendo elaborada, em segundo plano temos todas as pontas soltas das situações envolvendo as famílias dos Cavaleiros, as intrigas políticas e hierarquia de Thunder Bay ganhando contornos definitivos. É por isso, que se faz tão necessário a leitura dos volumes em ordem. O fato de termos também um ambiente de fundo deveras interessante e que é contínuo, faz com que o conteúdo como no todo seja primoroso.
Sobre os personagens, se ainda não captou, deixo claro que Will transformou-se no meu protagonista favorito, deixando Kai em segundo e o Damon junto do Michael em posições posteriores. Provar seu valor e sua relevância da maneira como ele fez — mesmo tendo ciência da sua importância para os seus amigos — é de uma coragem sem igual. Além disso, dentro os quatro ele sempre teve um estilo e atitudes que se assemelham mais ao que gosto de encontrar nos personagens masculinos. Como muitos disseram, Will é o sorriso e a zona de conforto deles. Acabou que comigo aconteceu algo parecido.
Já falando de Emory Scott, temos aqui o meu grande obstáculo das páginas. Me foi difícil assimilar suas decisões ambíguas, porque ela demonstrou ser um tipo de pessoa que pensa de uma maneira, mas porta-se diferente. Até ela se compreender e passar a agir do jeito que queria, muita coisa transcorreu. Então, fico com o sentimento de que ela tem muito chão pela frente para realmente merecer o Will — ainda que ele tenha perdoado. Ela é um tipo de protagonista que você aprende a gostar e assimilar. Contudo, não acho que seja cem por cento adorada pelos fãs da série.
Não faltou reviravoltas e cenas eletrizantes que fizessem valer o posto de romance dark, entretanto tenho como o maior ponto alto da obra, sem dúvidas, o desfecho. Depois de tanto arriscarem suas vidas, de terem participado de situações loucas e insanas, eu precisava de uma perspectiva de futuro deles. Que pudesse existir um "final feliz" para o núcleo. O que posso dizer sem estragar toda a surpresa, é que o final é sensacional, condizente com o que esperávamos após toda a trajetória e percalços deles, fechando definitivamente esse ciclo — bom, em partes hahaha.
"Eu me apaixonei por Emory desde o momento em que coloquei os olhos nela, quando eu tinha 14 anos. Eu sempre a amei, e ainda era capaz de vê-la sentada em sua bicicleta, do lado de fora da cerca de arame que cercava a escola, observando a mim e meus amigos em nosso skates naquele verão." pág. 362
Admito que além do sorriso no rosto, algumas lágrimas podem ter caído já que apesar de ter ficado ávida para saber o fim, não queria sair desse universo. De uma forma geral, impossível não recomendar e amar Nightfall. É um carrossel de emoções sem nenhum outro igual, que vale a pena demais conhecer. Se é fã do gênero, de livros estupendos, não deixem de tentar!
E não posso deixar de mencionar, a participação de uma figura conhecida por quem já leu Punk 57, afinal, Misha e Ryen marcam presença por aqui. Sempre bom ressaltar e alertar que a classificação de Devil's Night é +18, e temos cenas hot bem calientes e detalhadas. Ser categorizado como romance dark, nesse caso, engloba tudo okay? Avisados estão!
Na parte física, temos uma capa que se associa fortemente ao conteúdo sendo bem bonita também. A diagramação é a padrão da editora The Gift com detalhes nos inícios e quebras de capítulos, além de um texto espaçado e confortável para ler. Encontrei alguns leves erros de revisão, mas nada tão grave. A narrativa é feita em primeira pessoa pelos pontos de vistas da Emory e Will intercalando o presente e passado.
Espero que possam dar uma oportunidade, pois agora finalizada, é a chance de maratonar Devil's Night. E aí: conheciam Nightfall? O que acharam da proposta? Leriam? Deixa nos comentários!
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