Série: Devil's Night
Autora: Penelope Douglas
Editora: The Gift Box
Páginas: 414
Gênero: Romance Dark
Nota: ⭐⭐⭐⭐+ 0,5
“Eu faria algo muito pior do que aquilo que me levou à prisão. Ela não imagina como as coisas poderiam piorar.” WINTER: mandá-lo para a cadeia foi a pior coisa que já fiz. Não importava se ele havia cometido o crime ou que eu desejava que ele estivesse morto. Talvez eu tenha pensado que teria tempo suficiente para desaparecer antes que ele fosse solto, ou então que ele teria tomado jeito e se tornado alguém melhor. Mas estava errada. Três anos se passaram rápido demais, e agora ele parecia pior do que nunca. A prisão apenas serviu para que ele tivesse tempo para elaborar um plano. E por mais que eu tenha previsto sua vingança, não esperava por isso. Ele não queria só me machucar. Ele queria acabar com tudo. DAMON: em primeiro lugar, eu acabaria com o pai dela. Foi ele quem afirmou a todos que eu a obriguei. Ele disse que sua garotinha havia sido uma vítima, mas eu era um garoto também, e ela quis tanto quanto eu. Segundo... acabar com qualquer possibilidade de fuga para ela, sua irmã e sua mãe. As mulheres Ashby estavam sozinhas agora, e desesperadas por um cavaleiro em uma armadura brilhante. Mas não era isso que elas encontrariam. Não, já era hora de dar ouvidos ao meu pai e assumir o controle do meu futuro. Era hora de mostrar a todos eles – minha família, a dela, aos meus amigos –, que eu nunca mudaria e que minha única ambição era me tornar o pesadelo de suas vidas. Começando com ela. Ela ficaria tão apavorada, que nem mesmo sua mente seria um lugar seguro quando eu a destruísse. E a melhor parte de tudo é que eu não precisaria invadir sua residência para fazer isso. Como o novo homem da casa, agora teria livre acesso a ela.
É impressionante o quanto Penelope Douglas se reinventa. Quando achei que Devil's Night não poderia ascender ainda mais, Kill Switch veio para dizer o contrário. Ele é mais um excelente volume da série, onde conheceremos melhor Damon, o mais emblemático e adorado dos quatro Cavaleiros.
Damon Torrance finalmente coloca seu plano de vingança em ação. Na realidade, os planos. Agora é hora de fazê-la pagar todo o inferno que o fez viver. Winter não será apenas uma pessoa infeliz. Damon pretende acabar com toda a sua vida, ao se casar com a irmã dela e tornar-se o único homem da casa. Entretanto, questões mal resolvidas do passado voltam à superfície, e junto deles, sentimentos adormecidos. Antes de restar somente ódio, eles tinham paixão. Mas, será que eles serão capazes de sobrepujar tudo de ruim que fizeram um ao outro? Por que Damon é desse jeito?
Juro que eu já nem sei mais quais outros elogios usar para descrever os enredos da autora, porque já utilizei todos os possíveis nas resenhas anteriores. Fico impactada com o quanto a escrita dela, a forma como conduz as histórias, seus personagens e elementos são sempre fascinantes. São desenvolvimentos completos, intricados e cheios de contextos que nos fixam na leitura. Claro que por ser romance dark existem assuntos que nos estremecem, sensíveis e sombrios, no entanto que da forma como são apresentados, é fácil assimilarmos e até compreendermos as motivações e explicações por trás.
E falando da temática, apesar de no todo ter achado que a leitura fluiu de forma rápida, foi um livro que precisei de um espaçamento de tempo para absorvê-lo — diferente dos livros antecessores que li de uma tacada só. E a explicação tem nome e sobrenome: Damon Torrance. Ele é um homem extremamente complexo, intenso, cheio de camadas e níveis que, confesso, me desestabilizou em alguns momentos.
"Não. O garoto não me machucou. Não ainda, de qualquer forma. Na verdade, ele foi meio que um anjo no final. Um anjo com asas escuras. Psicopata." pág. 145
Sua personalidade, comportamentos e atitudes mexeram muito com a minha limítrofe do aceitável ou não. Precisei entender pausadamente tudo que o levou a ser quem é. Ainda que suas justificativas sejam plausíveis para a trajetória que construiu, não foi algo suficiente para torná-lo um dos meus Cavaleiros favoritos — que ainda tem o Kai no posto principal, e logo atrás Will. Damon desde o início se mostrou indecifrável, e entrar na cabeça dele, é inteirar-se um pouco da loucura que ele é.
Já falando sobre a Winter, fiquei um pouco chocada em como houve a inserção dela da trama. Não esperava que ela fosse responsável por um acontecimento tão importante e drástico na conjuntura, contudo demonstra como a autora pensou em todas as pontas soltas, na elaboração da trama desde o início. Acho que a Winter faz um excelente par com nosso protagonista masculino, pois como ele, ela tem uma dualidade entre o agir e o pensar que é curiosa. Os sentimentos dos dois beiram entre o amor e ódio pelo fato de serem destrutivos um para o outro, porém o ódio não é páreo a sua conexão praticamente de alma.
Cheguei a pensar que o nível de obscuridade tinha sido totalmente explorado nos antecessores, e mais uma vez fui tombada. Podem esperar mais adrenalina, tensão e inclinações atípicas. O casal principal usa o inesperado, que anda alinhado ao sentimento de medo, como uma das suas principais sensações. Além disso, sabíamos que o Damon possuía uma profundidade destoante dos seus amigos que veremos aqui, de forma instigante.
Claro que não poderia faltar as revelações impactantes — esse universo é uma caixa de pandora inesgotável — na qual fui sobressaltada por uma delas de forma até cômica, porque nem nas mirabolantes suposições minha, pensei algo do estilo. Essa descoberta ocorre bem perto do desfecho, onde temos uma sucessão de desdobramentos arrebatadores, fazendo com que essa informação se acople ao esse carrossel de emoções que é o final. A conclusão engradece o exemplar, sendo certeiro nas ações feitas.
"O segredo da vida que todos sabiam e que ninguém poderia se esquecer era de que não estávamos sozinhos. Achávamos que éramos únicos. Pensávamos que éramos os primeiros... São mentiras que contamos a nós mesmos, porque achamos que somos especiais. Porque diminuiria o direito de sofrer ao saber que o que estamos passando não é algo tão raro." pág. 166
De uma forma geral, Kill Switch foi uma leitura sensacional. Continuou em alta Devil's Night e nos deixa preparadíssimo para o que vem a seguir — Nightfall estou te esperando sedenta! Aos fãs da Penelope Douglas e da série, essa é um excelente volume com altas chances de se apaixonar, senão ocorreu antes, claro. Recomendo demais!
Na parte física, novamente temos uma adaptação feita pela editora The Gift e que ficou linda. O título não sendo traduzido é algo que prefiro — pois às vezes perde o real sentido na tradução — e a diagramação é a padrão da editora: confortável de ler, texto espaçado e com detalhes nos inícios de capítulos. A narrativa é feita em primeira pessoa pelos pontos de vistas da Winter e do Damon de forma intercalada, assim como se divide entre os dias atuais e o passado.
Espero que tenham gostado e possam dar uma oportunidade! Me deixam nos comentários: conheciam ou querem conhecer? O que acharam da proposta? leriam romance dark? Vamos papear!
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