[Resenha] Venha a Nós o Vosso Reino, Monica James

Livro: Venha A Nós O Vosso Reino #1
Série: Livrai-nos do Mal
Autora: Monica James
Editora: The Gift Box
Páginas: 276
Gênero: Dark Romance / +18
Nota: ⭐⭐⭐⭐ + 0.5
Monstros existem. Quando eu tinha cinco anos, presenciei minha mãe dar seu último suspiro – um suspiro que três monstros arrancaram dela. Nunca escolhi essa vida. Meu pai diz que é minha herança, mas tudo o que vejo é uma maldição. Por causa do sobrenome Kelly que minha mãe foi assassinada pelos Doyle – nossos inimigos em Dublin, os sujeitos que estão com os dias contados. Todos em Belfast temem a minha família, mais especificamente, a mim. Eu sou Puck Kelly, também conhecido como Punky; o cara a quem você não deseja trair. Não tenho sentimentos ou emoções. Nunca tive... até que ela entrou no meu mundo. A Babydoll é uma mentirosa e ladra, mas não consigo me manter longe. Nós dois triunfamos na escuridão porque é o lugar onde nossos demônios podem brincar. A verdade é que, dezesseis anos depois, esses monstros ainda assombram meus sonhos. Mas todo monstro tem medo de alguma coisa... e essa coisa sou eu. Acabou essa história de se esconder nas sombras por estar caçando cada um. Fujam, monstrinhos, fujam.

E a The Gift nos presenteia com mais um lançamento de romance dark sensacional, dessa vez, sobre a máfia e suas disputas. Sendo o primeiro da trilogia Livrai-nos do Mal, Venha a Nós o Vosso Reino é um título que nos deixa ansiosos por mais!

Puck Kelly, mais conhecido como Punky, presenciou sua mãe morrer de forma brutal aos 5 anos de idade. Jurando vingança aos Doyle — os culpados pelo assassinato dela e seus maiores rivais no domínio territorial da Irlanda —, ele finalmente colocará seu minucioso plano em ação. Punky é um Kelly, em que matar faz parte da sua rotina, assim como,  ausentar suas emoções. É por isso que ao esbarrar numa jovem que o faz emanar algo mais, correrá atrás dela para entender o que é essa sensação. O problema? Ela não é uma jovem qualquer, e esconde segredos. Tanto ela quanto Punky tem em comum a escuridão como  zona de conforto... uma escuridão que esconde monstros.




É um desenvolvimento com uma construção curiosa e instigante. Os elementos que englobam o universo da máfia são densos e impactantes, fazendo jus a classificação +18 e ao estilo romance dark, por isso, podem esperar tudo e um pouco mais desse mundo obscuro. É um ambiente fiel a sua proposta — e me surpreendi pois acreditava que os romances suavizassem o assunto — e que prende a atenção do leitor. A mescla das pequenas doses de aventura, ação e suspense deram super certo dentro do cenário de romance, tornando-os pontos fortes da narrativa.

Além disso, não esperava um pano de fundo que envolve-se uma rixa embasada por escolhas religiosas. Enquanto que os Kelly são protestantes e dominam uma parte da Irlanda do Norte, os Doyle são católicos e dominam a outra parte do país. É interessante compreender essa disputa por territórios, empreendimentos e política porque será a origem de todo o transcorrer. Nota-se uma pesquisa aprofundada por parte da autora, que apesar de deixar claro ser algo totalmente fictício, mostrou uma preocupação com a elaboração dos detalhes da trama. É um diferencial da série.

"Nada que ela diga ou faça vai mudar minha mente, e ter Babydoll a poucos metros apenas confirmou essa certeza. Na verdade, fez foi comprovar que nunca desejarei Darcy como desejo Babydoll." pág. 49

Sobre os protagonistas, fico impressionada com a complexidade dos mesmos. O modo como foram apresentados é essencial para que suas escolhas e comportamentos sejam compreensíveis, gerando um apego por parte do leitor. Punky cresceu em um meio hostil e complicado que o molda para sempre mostrar o seu pior lado, entretanto perder o caráter e crenças não é algo que ele queira. Já Babydoll cai de paraquedas nesse caos, onde a motivação de proteger aqueles que ama é que a faz seguir em frente e ser corajosa. Os dois, formam um casal intenso desde a primeira troca de olhares — justificando a química quase explosiva que vem depois. A medida que os sentimentos crescem, eles também percebem o quão emblemático é a existência de um relacionamento entre.

E não somente eles, mas diversos nomes secundários ganham certos destaques: o forte elo de amizade entre Punky, Cian e Rory tem relevância; a relação de Punky e seus irmãos mais novos; tal qual, a ausência de uma convivência boa dele com seu pai são aspectos importantes. As diversas interações são relevantes para a trajetória e a concepção do todo. Inclusive, personagens que inicialmente podemos não dar tanto enfoque, passam a ser primordiais para os sucessores. Fiquem de olho!


E óbvio que não poderia faltar a dinâmica de grandes reviravoltas e desdobramentos. Admito que algumas descobertas foram fáceis de prever, já que pistas deixadas ao longo do contexto trazem suposições de trajetórias. Entretanto, mesmo estando preparada para essas revelações plausíveis, nada supera a forma como foram executadas. Entre o meio e a parte final final das páginas a conjuntura ganha camadas de tensão e um frenesi impactante!

O entrelaçamento das diversas informações e a explicação para todo é de deixar boquiaberto! A costura dos componentes engradece a obra, adicionada de um desfecho que até os mais ávidos leitores do gênero dificilmente acertarão. Prontíssima estou para os sucessores!

"Mas seja lá o que tiver que encarar, não me esconderei mais na escuridão, pois sou um Kelly. Todos pensaram que eu estava morto... mas a verdadeira história está apenas começando." pág. 272

De uma forma geral, recomendo fortemente Venha a Nós o Vosso Reino. Ele é o meu primeiro contato com a temática e a autora Monica James, e saio impressionada com a experiência de leitura. Creio que os fãs do gênero terão uma impressão semelhante. Apenas: leiam!

Na parte física, a arte da capa chama muito a atenção, e felizmente, é a original — e foi o meu chamariz para conhecer o livro. A diagramação é a padrão da editora The Gift: textos espaçados e confortáveis de ler, com pequenos detalhes e particularidades nos inícios dos capítulos. A narrativa é feita em primeira pessoa pelo ponto de vista do Punky e da Babydoll, alternados.




Espero que possam dar uma oportunidade! Agora me digam: conheciam Venha a Nós o Vosso Reino? O que acharam da proposta? Deixa nos comentários!
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Ana Caroline

Olá, tudo bem? Prazer, me chamo Carol (na realidade Ana Caroline, mas ficamos com Carol!), sou formada em Nutrição pela UNIRIO e tenho 26 anos. Gosto de compartilhar com o mundo um pouco do que eu me apaixonei no universo literário, que é um vício criado na adolescência (culpado Crepúsculo!). Fã de fantasia, romances (desde os dark até romance de época) e um pouco de suspense, o Leituras Diárias é um lugar onde mostro essa minha paixão pelos livros. Sejam bem-vindos!

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