[Resenha] Cinder, Marissa Meyer

Livro: Cinder #1
Série: Crônicas Lunares
Autora: Marissa Meyer
Editora: Rocco
Páginas: 448
Gênero: Distopia / Jovem Adulto / Romance
Nota: ⭐⭐⭐⭐

Num mundo dividido entre humanos e ciborgues, Cinder é uma cidadã de segunda classe. Com um passado misterioso, esta princesa criada como gata borralheira vive humilhada pela sua madrasta e é considerada culpada pela doença de sua meia-irmã. Mas quando seu caminho se cruza com o do charmoso príncipe Kai, ela acaba se vendo no meio de uma batalha intergaláctica, e de um romance proibido, neste misto de conto de fadas com ficção distópica. Primeiro volume da série Crônicas Lunares, Cinder une elementos clássicos e ação eletrizante, num universo futurístico primorosamente construído.

Antes mesmo de começar Cinder as minhas expectativas eram altas, e felizmente, Marissa Meyer conseguiu cumprir todas! A mistura de distopia com contos de fadas é maravilhosa, fazendo com que a leitura seja experiência diferente. Dei o pontapé inicial para a série Crônicas Lunares!

Cinder é uma ciborgue, muito longe de ser uma cidadã da primeira classe. Trabalhando como uma mecânica no centro de Nova Pequim, sua vida é de altos e baixos morando com a sua guardiã legal, e madrasta, além de suas duas meias-irmãs. E tudo muda quando uma delas, acaba infectada com a peste mundial. É a partir daí que seu caminho cruza com a do príncipe Kai, e ela acaba se metendo em diversos confusões... e aventuras.

Temos um desenvolvimento com uma miscelânea de elementos: pitadas de fantasia, pitadas de aventura e pitadas de romance. É um universo novo que possui termos, mundos e aspectos únicos, em que sutilmente, compreendemos que é baseado no conto da Cinderela. Na verdade, nem de forma tão sutil pois o leitor consegue uma associação rápida entre os dois contextos, no entanto seus desdobramentos fogem do caminho baseado. Acredito que a autora teve que executar um trabalho minucioso nesse mundo, pois eles possui características distintas, destoando de outros diversos ambientes do gênero.

Admito que demorei a captar a intenção da Marissa na definição de ciborgue usada na série, porém como as explicações e informações apareciam a medida que eram necessárias, até o fim do livro tinha solucionado o significado da mesma dentro das Crônicas Lunares. Não é um livro parado, pois a todo instante temos desdobramentos e reviravoltas sendo apresentadas, e talvez por isso, alguns desses plots não me surpreenderam como ansiava. Existe trajetórias e caminhos que são fáceis de adivinhar no que sucederão, porém que não tornaram a narrativa monótona. A minha animação, estava em entender as reações dos personagens quando os mistérios ganhavam respostas.

"E talvez estivesse certa em fazer aquilo. Talvez fosse o dever de Cinder como ciborgue sacrificar-se para que todos os seres humanos normais pudessem ser curados. Talvez disse usar os humanos que já haviam sido adulterados. Mas Cinder sabia que nunca perdoaria Adri pelo que fizera." pág. 150

Cinder é uma protagonista que cativa por conta do seu passado, da sua ligação a uma princesa conhecida e também pela personalidade e escolhas que tem. Não vi um crescimento elevado durante a narrativa — e espero maiores amadurecimentos nos sucessores — entretanto, isso não atrapalha a conexão do leitor com a mesma. Para o príncipe Kai, o outro protagonista principal, faltou algo mais. Seu comportamento, atitudes e decisão são plausíveis e possuem coerência dentro da história, no entanto sinto que ainda assim, não foi o suficiente para mim. Torço para que ele evolua nos sucessores.

O desfecho é que detém minha maior surpresa, pois eu não sabia que a série possuía uma continuidade nos volumes — imaginava que os livros eram independentes dentro da série, já que cada um é de um casal diferente. Temos um final em aberto, que aguça a curiosidade atrás de respostas em Scalert, título que conheceremos novos personagens e um ambiente baseado em A Chapeuzinho Vermelho.

De uma forma geral, saio encantada e querendo me aprofundar em Crônicas Lunares! Marissa Meyer está elaborando uma série que promete crescer e expandir nos sucessores. Cinder me dá a sensação de ser a introdução de algo maior. Ansiosa para os próximos, e recomendo.

"Se o dr. Erland estivesse certo, então tudo que ela sabia sobre si mesma, sua infância, seus pais, estava errado. Uma história inventada. Uma garota inventada." pág. 206

Na parte física, a capa revela o que esperamos encontrar na parte interna, e é representativa. Acho simples e bonita, o que deixa um ar de mistério. A diagramação é simples simultaneamente que tem detalhes nos inícios de capítulos, na divisão das partes, ou seja, com pormenores que enriquecem a edição. A narrativa é feita em terceira pessoa pelo ponto de vista da Cinder.

Espero que possam dar uma oportunidade e conhecer! Agora me digam: o que acham da mistura de contos de fadas com distopia? Leriam? Deixa nos comentários!