[Resenha] Scarlet, Marissa Meyer

Livro: Scarlet #2

Série: Crônicas Lunare

Autora: Marissa Meyer

Editora: Rocco

Páginas: 480

Nota: ⭐⭐⭐⭐+ 0,5 💗

Depois de Cinder, estreia de sucesso de Marissa Meyer e primeiro volume da série As Crônicas Lunares, que chegou ao concorrido ranking dos mais vendidos do The New York Times, a autora está de volta com mais um conto de fadas futurista. Scarlet, segundo livro da saga, é inspirado em Chapeuzinho Vermelho e mostra o encontro da heroína ciborgue que dá nome ao romance anterior com uma jovem ruiva que está em busca da avó desaparecida. Em uma trama recheada de ação e aventura, com um toque de sensualidade e ficção científica, Marissa Meyer prende a atenção dos leitores e os deixa ansiosos pelos próximos volumes da série.

 

Se antes já tinha amado o primeiro exemplar da série Crônicas Lunares, Scarlet veio para reforçar o grande potencial que ela tem! Como adorei esse livro, tenho grandes expectativas para o próximo, e me pergunto porque demorei tanto a conhecê-la.

Scarlet Benoit está a procura de sua avó desaparecida há duas semanas. Mesmo com toda a cidade achando que o sumiço dela foi apenas suicídio, Scarlet tem para si que alguma coisa de muito ruim aconteceu, e por isso investiga os incidentes do dia do desaparecimento. Sua surpresa será descobrir que a avó escondia diversos segredos importantes, e neste meio tempo conhecerá Lobo, um lutador de rua que poderá lhe ajudar a encontrá-la.

Paralelamente Cinder está enfrentando dificuldades depois das resoluções do primeiro volume. Tentando escapar de onde foi aprisionada, ela conhecerá Thorne, uma pessoa que por bem ou mal acabará a ajudando a encontrar diversas respostas da sua atual vida confusa. O destino se encarregará que Scalert e Cinder se conheçam, e a partir deste encontro começará uma corrida contra o tempo e  contra todas as maldades que Levana quer fazer com a Terra.

Quando iniciei os volumes, esperava uma coisa muito mais superficial e tranquila — por assim dizer, uma fantasia amena. Eis a minha surpresa, em encontrar uma distopia com base, fundamentada e detalhada. Suas nuances e características próprias são pontos que me deixaram de boca aberta pois não me recordo de nenhuma outra leitura com elementos semelhantes, o que me deixa contente em observar algo no estilo. O enredo que mistura contos de fadas com o universo de ciborgues, seres lunares e magia deu super certo.

"Todo mundo falava do desaparecimento da avó como se ela fosse um gato de rua que voltaria para casa quando sentisse fome. Não se preocupe. Ela vai voltar. Mas tinha sumido havia mais de duas semanas. Desapareceu sem deixar mensagem, sem se despedir, sem avisar." pág. 14

E se tem algo que é o maior ponto positivo é a adaptação dos famosos contos de fadas. Desde a sinopse é de conhecimento que teremos a história Chapeuzinho Vermelho em uma versão inovadora, e acredite, nunca imaginei que pudesse ser modificado para algo como a Marissa Meyer fez. Choca e te faz querer ler mais e mais para descobrir todos os mistérios e as mudanças feita. Maravilhosamente inserido no plano de fundo, temos uma ambientação única que instiga a devorar a obra.

Sobre os personagens, tanto Lobo quando nossa protagonista feminina me conquistaram muito mais que a Cinder e o príncipe Kai no antecessor. Por questão de gosto pessoal e empatia, achei as suas personalidades mais alinhadas ao que eu prefiro encontrar nos protagonistas. E temos uma inversão de papel bacana: enquanto Scarlet é mais durona e corre atrás do que quer, Lobo é uma pessoa inicialmente tímida e cheio de segredos. Formam uma dupla bacana, que até torcemos para que o romance se concretize.

E se está a espera de algum plot twist, crie expectativas porque teremos vários. O início é lento comparado ao meio e o final, onde se concentra as maiores surpresas do desenvolvimento. Será revelação atrás de revelação, com uma aposta de que ninguém conseguirá adivinhar todos os desdobramentos — ao menos em um deles, acabará se surpreendendo. Me espantei com quase todas reviravoltas, e só me via de boca aberta com os rumos que as situações estavam tomando.

Por um momento pensei que a autora optaria por um caminho que não me agradaria tanto, porém nas páginas finais ela consegue reverter tudo de catástrofe que poderia ocorrer. Ainda assim teremos uma ponte para a continuação de fazer roer as unhas. Como é uma série contínua, todos os finais possuem ganchos para os sucessores, o que admito adorar.

De uma forma geral, se você vem de Cinder curioso com o segundo volume, Scarlet pode até superar o quanto gostou do primeiro. Melhor, a ambientação que não já é mais uma novidade fica de segundo plano, fazendo com que as cenas e as situações ganhem destaques. E para os fãs de fantasia isso é um prato cheio. Altamente recomendado!

" Ele não conseguia evitar, mas uma parte dele, talvez uma parte bem grande, torcia para que Cinder desaparecesse como a cauda de um cometa. Só para contrariar a rainha, para impedi-la de ter aquilo que queria tão desesperadamente." pág. 154

Na parte física, a capa é super condizente com o conteúdo — olha uma capa vermelha ai gente, rs — e acho que fica bonita com o design do título. A diagramação possui detalhes diferenciado do comum da editora Rocco, deixando algo exclusivo para a série como um todo. Não encontrei nenhum erro de revisão ou ortográfico aparente, e a narrativa é feita em terceira pessoa pelos pontos de vista da Cinder e da Scarlet e alguns do príncipe Kai.

Se eu já quero ter Cress, sucessor, nas minhas mãos?! Mais do que nunca! É realmente uma quadrilogia para ser ler um atrás do outro e que não se arrepende de conhecer. Estou amando! Espero que tenham gostado! 

Resenhas anteriores:

Cinder #1