Livro: Princesa Mecânica #3
Série: As Peças Infernais
Autora: Cassandra Clare
Editora: Galera Record
Páginas: 432
Gênero: Fantasia / Jovem Adulto
Nota: ⭐⭐⭐⭐⭐+💗
O mistério que liga Tessa Gray ao Magistrado continua indecifrável. Por que Mortmain precisa tanto de Tessa para fechar o quebra-cabeça das suas Peças Infernais? Além de tudo, enquanto luta para descobrir mais sobre o próprio passado, ela se envolve cada vez mais no mundo dos Caçadores de Sombras e num triângulo amoroso que pode trazer consequências nefastas para todos que ela ama.
Termino essa trilogia, praticamente, sem palavras! O que esse trio é, o que eles três significam chega a ser maior que a própria trilogia. Com certeza tornou-se um dos meus favoritos de as Crônicas dos Caçadores de Sombras — por esses personagens e esse final maravilhoso que é As Peças Infernais! Digo, convicta, que é impossível não se apaixonar.
Após mais uma batalha contra Mortmain, Tessa Gray ainda não foi parar nas suas mãos. Sendo ela a última chave para a completa vingança dele contra os Caçadores de Sombras, estratégias e planos são traçados para que ela não se torne uma arma fatal. Com a descoberta da varíola demoníaca, com a droga que deixa o Jem vivo acabando, com Will reprimindo seus sentimentos pela menina que ama, Princesa Mecânica encerra mais um ciclo desse universo. Será capaz deles sobreviverem da ira de Mortmain? Afinal o que são As Peças Infernais? Quem é ou o que é Tessa Gray?
Em resumo: que história incrível! Acho até difícil colocar em palavras, porque são histórias assim, que me fazem ver que os livros de fantasias podem ser únicos. Com reviravoltas do início ao fim, pitadas de drama com aventura, muito romance e impactos... me transbordando sensação de plenitude. Um sentimento de que as emoções e as reações se exacerbaram, na qual não vou me esquecer tão cedo. Ao decorrer da série muitas lacunas necessitavam ser preenchidas, e a medida que Cassandra Clare trazia mais dúvidas e questionamentos do que respostas definitivas, me indagava o quão hábil ela seria se conseguisse colocar tudo no último livro. E se possivelmente, conseguiria. Pois bem, ela conseguiu.
A narrativa inicia eletrizante e cheia de acontecimentos, trazendo a tona, diversos desdobramentos que vem sendo lapidados desde os antecessores. As revelações do plano de Mortmain, as motivações e seu passado mostra ao leitor que chegamos aos capítulos finais desse embate. Paralelamente, também estaremos lidando com os sentimentos do trio Will, Jem e Tessa, o responsável por maiores tensões e surtos dos leitores. É necessário a avalanche de informações. É necessário essa mistura de diversos contextos que criam conexões e coesão. Pois é, é esse tanto de acontecimentos que contagia quem está lendo a querer mais; que prende o leitor no livro; e que transforma as 432 páginas em algo fenomenal.
"— Haverá outras vidas. — Jem estendeu a mão, e, por um instante, se seguraram, como no dia do ritual de parabatai, quando se esticaram através de arcos de fogo idênticos para entrelaçarem os dedos. — O mundo é uma roda — falou. — Quando nos elevamos ou caímos, o fazemos juntos." pág. 193
É um desenvolvimento cadenciado, demandando atenção nas análises das informações e nas interligações de cenas. Traz uma escrita evoluída e mais detalhada nos momentos ideais, em que torna-se notório que Cassandra Clare já chegou no seu alto nível. Outro elogio e o que me deixa cada vez mais conectada a esse universo é o fato de, literalmente, ser um universo. A autora criou um mundo onde tudo se entrelaça: os sobrenomes tem ligações com enredos mais novos; armas que são passadas de família à família são citadas em várias tramas; a lenda de um exemplar é a atual preocupação de outro; a narrativa da criação de novos objetos em um já é usado em outros; pessoas imortais que transitam em todas as histórias; uma cura que só acontece porque outra situação em século diferente ocorre; ou seja, tudo tem uma fusão. Tudo tem uma união. É praticamente nula a vontade de querer conhecer somente um nicho, e não a criação como um todo.
Novamente bato na tecla dos excelentes personagens, desde os novos — já que conheceremos aqui a irmã do Will — até os secundários. Todos são bem elaborados, descritos e inseridos na trama. Meu destaque e coração fica com os protagonistas, porém Sophie, Charlotte e outras personagens femininas são esplêndidas. Temos um power girl em evidência, que traz até um certo choque quando compreendemos a época que a história é situada, tão bem colocada que ficamos de queixo de caído.
Os desfechos finais é que trouxeram sensações ambíguas — mesmo após vários dias de finalizado. A imersão nas páginas junto do grupo em expectativa do fim da guerra, me fez perceber que apesar de todas as suposições que tive, não cheguei perto da grandeza que seria. Uma das características — e é uma coisa que amo na autora — é a capacidade dela de fazer desdobramentos do nada. A resposta está tão na cara, que você não se dá conta que essa é a solução ideal. Aviso de leitora amiga: deixem lencinhos ao lado do livro, para esse fim rs.
De uma forma geral, Princesa Mecânica dá o nome para a trilogia As Peças Infernais. É por isso que uma das favoritas dos fãs, na sua maioria, e mostra que As Crônicas dos Caçadores de Sombras possui elementos vastos para serem explorados. Recomendo demais!
"Estava com as mãos cobertas de sangue, sangue e chuva, a mesma chuva que limpava o sangue do peito, mostrando o símbolo que começava a desbotar de preto para prateado, mudando tudo que fazia sentido na vida de Will para uma grande falta de sentido." pág. 242
Na parte física, o título é bem contextualizado, a capa também — e minha favorita — além de ter uma surpresa bem bacana: uma árvore genealógica que traz certa conexões com séries futuras do universo. É bem legal e útil para entender esse sobrenomes aparecendo repetidas vezes, com personagens e protagonistas diferentes. A diagramação é a comum de editora, com nenhum erro aparente de revisão e a narrativa é feita em terceira pessoa por vários pontos de vistas.
Espero que possam dar uma oportunidade! Agora me digam: conheciam As Peças Infernais? O que esperam de volumes finais em uma série? Deixa nos comentários!
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