Autora: Amy Harmon
Editora: Verus Editora
Páginas: 336
Gênero: Romance / New Adult
Nota: ⭐⭐⭐⭐⭐💗
Novo romance da autora do best-seller Beleza Perdida. Blue Echohawk não sabe quem ela é. A garota, que desconhece seu nome verdadeiro e sua data de nascimento, foi criada por um estranho e não frequentou a escola até os dez anos. Aos dezenove, quando a maioria dos jovens vai à faculdade ou segue em frente com a vida, ela é apenas uma veterana no ensino médio. Sem mãe, sem pai, sem fé e sem futuro, Blue é uma estudante difícil, para dizer o mínimo. Durona e sexy, ela é o oposto do jovem professor britânico que decide que está pronto para o desafio de levar a encrenqueira para debaixo de suas asas. Simplesmente Blue narra a história de uma transformação e fala de uma amizade improvável em que a esperança promove a cura e a redenção se torna amor.
Blue Echohawk não conhece sua história. Com um passado cheio de questionamentos e buracos, até seu nome verdadeiro e idade são informações desconhecidas. Crescendo sem uma identidade, aos 19 anos ainda está cursando o ensino médio — atrasada porque começou a escola tardiamente — e usa como fachada seu lado sexy e frio. No entanto, por dentro encontra-se perdida, sem rumo e desacreditada da vida. Isso tudo muda quando um jovem professor britânico começar a dar aula, e uma estranha amizade entre os dois é formada. Obrigada agora a encarar seu eu profundo, Blue tentará encontrar forças para ir atrás de quem realmente é.
Temos um desenvolvimento sensacional! A autora nos desestrutura a cada virada de páginas com um drama bem dosado, e traz um leque de características super interessantes. Por termos um professor de História inserido na narrativa, trechos sobre acontecimentos mundiais são explicados, e é fenomenal a forma como ele se conecta com a trama principal, gerando reflexões e argumentos que fazem com que o cerne evolua. Acredito que seja um enredo muito focado em amadurecimento e crescimento pessoal, então esperem diversos acontecimentos tensos, aflitivos que abalam os envolvidos — são choques de realidade que podem machucar ao mesmo tempo que os tornam melhores.
Um adendo que me surpreendeu e adorei, foi a inclusão da cultura dos nativos americanos, em específico a da reserva Shivwits Paiutes. Amy Harmon deixa claro nos seus agradecimentos que ela quis falar sobre o povo do seu estado, e de forma coerente essa questão chama atenção. Nossa protagonista tem traços nativos e foi criada por um, então de forma natural o contexto aparece. Como não sabia muito sobre, foi um conhecimento novo para mim.
"— Para responder à sua pergunta, srta. Echohawk, aquilo em que acreditamos afeta nosso mundo de um jeito muito real. Aquilo em que acreditamos afeta nossas escolhas, nossos atos e, consequentemente, a nossa vida... Você acredita em algo que pode ser um mito? Não falo sobre crenças religiosas, mas sobre coisas que você disse a si mesma, ou coisas que disseram durante tanto tempo que você simplesmente presume que são verdadeiras." pág. 30
Sobre os personagens, nossa dupla principal é apaixonante. Se identificar e entender as dores da Blue é extremamente fácil pela modo que é construído as situações. Conhecer seu passado, seu presente e captar os medos do futuro nos aproxima, de forma que a empatia é gerada quase que automaticamente. Fui feliz em encontrar uma protagonista que aprende a ser forte e a não perder suas crenças. Ainda que no meio do caminho se abale, caia e ache que está no fundo do poço, ela tentar se reerguer com suas pequenas forças. E é nesse instante que nasce uma amizade verdadeira e linda dando o empurrão necessário para as mudanças.
Wilson é um rapaz incrível e que estende a mão para nossa mocinha nos instantes mais difíceis. Em alguns pontos achei ele equivocado? Talvez! Entretanto, não invalidou o quanto sua intenção no todo sempre foi ajudar. Aliás, torci fortemente para que dessa amizade surgisse um relacionamento, e deixarei a encargo de vocês descobrirem se o que queria concretizou.
Se você não acha possível a inserção de reviravoltas impactantes em romance, temo a dizer que está completamente equivocada. O exemplar uniu bons plot twists com picos de tensão, fazendo com que essa junção impressionasse. Quando achava que as conjunturas trilhavam caminhos seguros, novos elementos desconcertantes mudavam o rumo aguardado. O final chega carregando grandes expectativas e respostas, e ele consegue alcançá-las.
De uma forma geral, altamente recomendado aos fãs de romance. A escrita com um leve teor poético nos traz grandes lições e reflexões a cerca do modo como vivemos, temos um bom leque de personagens, além de um cenário apto de nos conquistar. Simplesmente Blue é simplesmente maravilhoso!
"— A beleza desse poema está em todos poderem se identificar porque todo mundo se sente ninguém. Todos nós sentimentos que estamos do lado de fora, olhando para dentro. Todos nós nos sentimos deslocados. Mas acho que é essa consciência particular que nos faz ser alguém. E você é alguém, definitivamente, Blue. Pode não ser uma obra de arte, mas com toda a certeza é uma obra." pág. 69
Na parte física, eu me deslumbrei pela capa. Tem diversas referências com sua parte interna, e o título até que ficou coerente com o conteúdo. A diagramação é a padrão da Verus, ou seja, sem muitos detalhes. Não encontrei erros de revisão ou ortográficos, e a narrativa é feita em primeira pessoa pelo ponto de vista da nossa jovem.
Torço que tenham gostado da resenha! Já estou pronta para me aventurar em outras leituras da Amy Harmon. Agora me digam vocês: conheciam Simplesmente Blue? Já leram ou ficaram curiosos? Deixa nos comentários!
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