Autora: Brittainy C. Cherry
Editora: Grupo Editorial Record
Páginas: 420
Gênero: Romance / Drama
Nota: ⭐⭐⭐⭐⭐💗
*exemplar cedido pela editora*
Um amor inesperado que surge de forma inusitada e arrebata a vida de Grace Harris. Da mesma autora de O ar que ele respira. Grace Harris está perdida e sozinha em sua casa em Atlanta depois que o homem que ela pensou que ficaria a seu lado pelo resto da vida traiu sua confiança, partiu seu coração e saiu de casa, deixando seu casamento em suspenso. Grace resolve, então, passar o verão com a família em Chester, sua cidade natal, para respirar, dar um tempo de tudo. Sua vida está uma bagunça e o que ela precisa no momento é de um pouco de gentileza e compaixão. Por incrível que pareça, Grace encontra isso na pessoa mais improvável de todas: Jackson Emery, a ovelha negra da cidade. Conhecido como a erva daninha de Chester, ele é sinônimo de encrenca, e não faz nada para mudar essa imagem. Tendo perdido na infância o que havia de mais valioso na vida, Jackson se tornou um homem amargurado e não dá a mínima para o que pensam dele. Os caminhos de Grace e Jackson acabam se cruzando de um jeito inusitado e a tristeza profunda que carregam atrai os dois como ímã. Ambos sabem que não foram feitos um para o outro, mas, como tudo vai acabar mesmo com o fim do verão, resolvem deixar rolar e se entregar a uma diversão passageira. Porém, o que Grace não imaginava é que seu coração, já destroçado, seria obrigado a aprender que certos relacionamentos são capazes de causar dores muito profundas, e que é sempre preciso fazer uma escolha.
Brittainy C. Cherry nos entrega mais um romance maravilhoso do início ao fim! Com uma escrita relativamente mais madura, Vergonha pode ser considerada uma das suas melhores obras.
Grace Harris passa por um momento difícil na vida: o divórcio. O fim do seu casamento de anos é um balde de água fria, principalmente por ser resultado de uma traição. Querendo esquecer um pouco essa turbulência e ser acolhida pelas pessoas que ama, ela decide voltar a sua cidade natal Chester. Porém, nem tudo será tão calmo assim. Nascida e criada na pequena cidade onde todos se conhecem e fofocas são inevitáveis, ela passará por maus bocados pela decisão tomada. O único apoio virá na forma da pessoa que menos imaginava: a ovelha negra da cidade, Jackson Emery.
Jackson tem fama de ser a encrenca em pessoa — e ele realmente não foge do rótulo. Sua mágoa com as pessoas de Chester é algo tangível e toma proporções de raiva. Para piorar, o estado constante de bêbado e volúvel do seu pai não ajuda a retificar sua imagem. Quando duas almas que possuem tristezas profundas se conhecem é difícil não existir uma conexão. E tanto Grace quanto Jackson terão um reconhecimento mútuo que os farão entrar num carrossel de emoções, onde escolhas são importantes. Serão capazes de lidarem com as dores e construir um relacionamento? Qual a extensão da tristeza dos dois?
Ler a autora é saber que certamente serei invadida por várias emoções ao longo da leitura. Vergonha tem um quê de especial nesse quesito pois consegui compreender melhor a forma como a escrita dela pode nos tocar. E realmente toca. O desenvolvimento é algo fora do comum, que transborda sentimentalismo de forma amadurecida — dos seus livros lançados, acho que esse é o melhor exemplar que aborda a temática drama — não fugindo de uma realidade crível. O que acontece na vida da Grace pode ser a realidade de várias outras, e o jeito como ela trabalha as autodescobertas, o fato de se encontrar novamente, de entender-se melhor é mega fascinante — tem um enfoque nesse questão de se autoconhecer para depois doar-se à um relacionamento.
"— Nós fomos criados para sentir, Grace. Acontece que, às vezes, nossos sentimentos parecem desordenados. É incrível como seu coração pode bater cheio de amor em um momento, e no seguinte, o ódio entrar. Você não está errada por se sentir assim." pág. 104
Como se não bastasse, o leque de personagens incríveis nos deixa de queixo caído. Admito que gosto de personagens "quebrados" e que posteriormente se modificam, dado que isso mostra o quão vulnerável o ser humano é paralelamente com o fato de quão forte ele também pode se reerguer — resumindo bem nossos dois protagonistas. Com vidas consideradas difíceis, diversas quedas pelos caminhos, tragédias que os alteraram como pessoa, perceber suas sutis mudanças de personalidade e caráter é gratificante. Tenho uma relação pessoal com esse tipo de história afinal às vezes penso não ter forças para levantar e recomeçar, porém livros assim nos lembram que algo parecido é possível. Choramos, sentimos as dores dos mesmos, nos importamos com a forma que são tratados de uma maneira tão íntima, que no final sorrir e chorar de felicidade pelo que eles se tornaram é algo que pode se concretizar.
E não somente, temos duas temáticas que não foram trabalhadas de forma leviana e são super importantes, focados no universo das mulheres. Não quero falar quais visto que acho bacana descobrir a medida que se passa as páginas, mas atentem-se a eles e suas reflexões ao longos das páginas. Existe um bom debate interno das ações que tomamos quando assuntos são abordados. Eles estão pautados no mundo da gravidez e divórcio. Acho que pessoas que passaram por situações parecidas irão se identificar mais — e eu que nunca passei por nenhuma das duas fiquei emocionada ainda assim.
Por ser um romance localizado mais do drama, aguarde cenas de grandes tensões e pequenas reviravoltas que podem modificar o cerne principal. Algumas cheguei a imaginar que seriam inseridas — até para dar uma estremecida num enredo que aparenta ser clichê — outras já me foram surpresas. Uma que situa-se especificamente perto do final me deixou com coração na boca, contudo ainda assim gostei de como as coisas foram encaminhadas. Se é final feliz? Tem que ler para descobrir!
De uma forma geral, recomendo muito! Acho a Brittainy uma das melhores autoras do gênero na atualidade, e em minha opinião essa é a melhor obra dela. Agrada um grande público que curte romance uma vez que insere diversos tópicos do mesmo, além de fluir rapidamente por causa da escrita maravilhosa — li em dois dias. Está esperando o que para adquirir?! rs
"Não era segredo para ninguém que nossa história tinha chegado ao seu último capítulo, e algumas histórias simplesmente não tinham um final feliz. Algumas histórias simplesmente acabavam." pág. 362
Na parte física, eu tenho a versão antiga, que manteve a capa original e me agradou. O modelo da capa tem características físicas que batem com as descritas para nosso personagens principal, além de que deixaram o título original como fundo para o da versão brasileira. A tradução literal seria algo que perderia sentido — e talvez ficasse estranho — por isso a opção de um título similar e a presença do original foi acertado. A diagramação é a padrão da editora: espaçada, com letras confortáveis de ler e sem detalhes. A narrativa é feita em primeira pessoa pelos pontos de vistas alternados da Grace e do Jackson.
Acho que alguém entra para minhas queridinhas dos romances porque se mostra cada vez melhor nos lançamentos. Espero que tenham gostado! E vocês, conheciam Vergonha? Já leram? Deixa nos comentários!
0 Comentários
