[Resenha] Uma Proposta e Nada Mais, Mary Balogh

Livro: Uma Proposta e Nada Mais #1
Série: Clube dos Sobreviventes
Autora: Mary Balogh
Editora: Arqueiro
Páginas: 272
Gênero: Romance de Época
Nota: ⭐⭐⭐⭐
Após ter tido sua cota de sofrimentos na vida, a jovem viúva Gwendoline, lady Muir, estava mais que satisfeita com sua rotina tranquila, e sempre resistiu a se casar novamente. Agora, porém, passou a se sentir solitária e inquieta, e considera a ideia de arranjar um marido calmo, refinado e que não espere muito dela. Ao conhecer Hugo Emes, o lorde Trentham, logo vê que ele não é nada disso. Grosseirão e carrancudo, Hugo é um cavalheiro apenas no nome: ganhou seu título em reconhecimento a feitos na guerra. Após a morte do pai, um rico negociante, ele se vê responsável pelo bem-estar da madrasta e da meia-irmã, e decide arranjar uma esposa para tornar essa nova fase menos penosa. Hugo a princípio não quer cortejar Gwen, pois a julga uma típica aristocrata mimada. Mas logo se torna incapaz de resistir a seu jeito inocente e sincero, sua risada contagiante, seu rosto adorável. Ela, por sua vez, começa a experimentar com ele sensações que jamais imaginava sentir novamente. E a cada beijo e cada carícia, Hugo a conquista mais – com seu desejo, seu amor e a promessa de fazê-la feliz para sempre.

Mary Balogh nos surpreende ao trazer uma temática super interessante dentro do contexto dos romances de época. Ou pelo menos, no meu caso, fui feliz em encontrar algo que me prendesse e fizesse querer os próximos rapidamente. A série Clube dos Sobreviventes promete!

Hugo Emes, o lorde Trentham, pretende se casar. Após seu pai morrer e deixá-lo com uma enorme fortuna — além de tornar-se responsável pela sua meia-irmã e madrasta — ele precisa colocar a vida em ordem, onde uma das metas é matrimoniar. O que ele não esperava, é encontrar uma candidata na reunião anual que o duque de Stanbrook realiza para encontrar seus amigos sobreviventes de guerras. Gwendoline, ou lady Muir, é uma viúva que até então estava contente com a rotina que levava. Após uma desastrosa visita longa a uma "amiga", Gwen se vê refletindo sobre suas escolhas — principalmente quando começa surgir uma atração entre ela e lorde Trentham. Porém, ela é uma aristocrata de nascença. Hugo ganhou um título por causa dos seus feitos na guerra. Serão capazes dos dois ultrapassarem essa barreira social? Será que eles realmente combinam ou é somente desejo? 


Sou suspeita para falar dos desenvolvimentos do gênero porque praticamente todos me agradam. Sei que atualmente é perceptível entender todo o encaminhar que este tipo enredo faz — as etapas desde a construção do romance até o final feliz — no entanto, não é uma fórmula que eu enjoe facilmente. Acredito que as autoras ainda conseguem inovar, e aqui temos um desses caso. A conjuntura de sobreviventes de guerras e suas consequências não é um assunto tão comumente trabalhado, por isso, essa série vem com um frescor.

São personagens que demonstram de cara serem complexos, têm uma bagagem emocional e, obviamente, existe um longo caminho a percorrer para reencontrarem a felicidade. Me é curioso esse tipo de informação em circunstâncias passadas porque a psicologia como ciência é recente, e Mary Balogh de forma impecável soube abordar o mesmo. Por sempre achar que ela traz uma escrita densa e com altos teores de dramaticidade quando comparado à nomes como Julia Quinn, Lisa Kleypas e/ou Loretta Chase, seu perfil encaixou-se perfeitamente no proposto. Arrisco a dizer que talvez seja a série mais promissora dela — gosto de Os Bedwyns, contudo sinto que não é uma das melhores que conheço.

"— Sofremos neste lugar — explicou ele. — Nós nos curamos neste lugar. Desnudamos nossas almas uns para os outros. Deixar esta casa foi uma das coisas mais difíceis que fizemos. Mas era necessário para que nossas vidas voltassem a ter sentido. Uma vez por ano, porém, voltamos para recuperar nossa integridade ou para nos fortalecermos com a ilusão de que estamos inteiros." pág. 45

Além disso, aqui nossos protagonistas tem um outro dilema característico do ambiente, que é a posição social e suas influências. Tanto Hugo quanto Gwen tem noção de que um relacionamento formal é complicado — não só por títulos, mas também por personalidades e pensamentos diferentes. Apesar da insistência dessa justificativa às vezes me parecer infundada, entendo os receios e medos expostos. Fui feliz em me conectar com a dupla principal, sendo fácil me apegar nos seus acontecimentos e compreender as emoções.

Não percebi muitas cenas de reviravoltas ou de plot twists, entretanto espere grandes momentos de tensão nas páginas. Como falei anteriormente, acho que um dos maiores focos da obra é o drama, a assimilação do cenário traumático pós-guerra e entender os problemas gerados. Suponho que seja um cenário muito mais voltado para a superação entremeado de doses românticas. Temos a presença de cenas sensuais, contudo são bem pontuais durante todo o exemplar.

De uma forma geral, super recomendado! Fui surpreendida com uma maravilhosa história, e já tenho expectativas para os sucessores — alguns comportamentos e nomes me chamaram atenção. Com certeza é um prato cheio para os fãs do gênero, e arrisco a dizer que até aqueles que não conhecem poderão gostar — tem uma leveza na escrita, sendo fluida e gostosa de acompanhar.

Na parte física, eu gostei da capa. A Arqueiro sempre tenta inovar na composição delas, e desta vez foi acertado! Deu uma identidade diferenciada. A diagramação é a padrão da editora, sem nenhum erro ortográfico ou de revisão aparente. A narrativa é feita em terceira pessoa pelos dois pontos de vistas.

"— É o que fazemos uns pelos outros — corrigiu ele. — Todos nós precisamos ser amados, Gwendoline, de uma forma plena e incondicional. Mesmo quando carregamos o fardo da culpa e acreditamos não merecer amor. A verdade é que ninguém merece. Não sou religioso, mas acredito que é disso que tratam as religiões. Ninguém merece, mas ao mesmo tempo, todos somos dignos de amor." pág. 184

Tenho planos de dar continuidade ainda esse ano na série, então teremos mais resenhas dela por aí. Espero que tenham gostado! E vocês: conheciam Uma Proposta e Nada Mais? Ficaram curiosos? Leriam? Deixa nos comentários!
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Ana Caroline

Olá, tudo bem? Prazer, me chamo Carol (na realidade Ana Caroline, mas ficamos com Carol!), sou formada em Nutrição pela UNIRIO e tenho 26 anos. Gosto de compartilhar com o mundo um pouco do que eu me apaixonei no universo literário, que é um vício criado na adolescência (culpado Crepúsculo!). Fã de fantasia, romances (desde os dark até romance de época) e um pouco de suspense, o Leituras Diárias é um lugar onde mostro essa minha paixão pelos livros. Sejam bem-vindos!

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