Livro: Para o Inferno #2
Série: Alex Stern
Autora: Leigh Bardugo
Editora: Minotauro
Páginas: 496
Gênero: Fantasia Adulta
Nota: ⭐⭐⭐⭐+ 0,5
Riqueza. Poder. Assassinato. Magia. A Ivy League está indo direto para o inferno nesta sequência de Nona Casa, best-seller do The New York Times. Encontrar um portal para o submundo e roubar uma alma do inferno. Esse parecia um plano simples, ainda que raramente quem faça essa jornada consiga retornar. Mas Galaxy “Alex” Stern está determinada a resgatar Darlington do purgatório – mesmo que para isso precise abrir mão de seu futuro em Yale e na Nona Casa. Proibidos de tentar resgatar o amigo, Alex e Dawes não podem pedir ajuda à Casa, e por isso reúnem um grupo de aliados bastante improváveis para salvar o cavalheiro de Lethe. Juntos, terão de navegar por um labirinto de textos misteriosos e artefatos bizarros, a fim de descobrir os segredos mais bem guardados das sociedades, quebrando todas as regras possíveis ao fazê-lo. Mas, quando os membros do corpo docente começam a morrer, Alex desconfia que talvez não sejam meros acidentes. Algo mortal está se espalhando por New Haven, e terá de enfrentar os monstros de seu passado e a escuridão que se esconde nas paredes da universidade, se quiser sobreviver. Com uma história envolvente e inquietante, repleta de reviravoltas típicas de Leigh Bardugo, Para o inferno traz à vida um complexo mundo de magia, violência e monstros bastante reais.
Com erros e acertos, a duologia Alex Stern torna-se sim, uma das minhas histórias favoritas da Leigh Bardugo. Admito que a leitura de Para o Inferno foi com emoção, pois teve altos e baixos, e que até deixa um gostinho de saudade dos personagens e da conjuntura. Nona Casa e Para o Inferno são indicações perfeitas para quem ama o combo fantasia + dark academy — e eu adoro!
Depois dos acontecimentos de Nona Casa, Alex está disposta a literalmente ir no inferno atrás de Darlington. Sabendo que ainda existe possibilidades dele estar vivo, ela fará de tudo o possível para retorná-lo ao mundo dos vivos. Nem que para isso, se alie as piores pessoas possíveis e até mesmo tenha que barganhar com demônios. Só que mais uma vez, Alex vai perceber que nem tudo é como imagina...
Algo que vem me passando ser característica da escrita da autora — pois também tive essa sensação no Grishaverse —, é que o enredo não demonstra ser totalmente fluido. Pela quantidade de informações e detalhes, é um título que se desenvolve de forma lenta e cadenciada, principalmente, no início (paciência é uma palavra chave por aqui!). Por mais que eu tenha começado o mesmo com Nona Casa "fresco na cabeça", houve uma certa morosidade para chegarmos ao cenário que foi construído no final do antecessor. E isso sim, foi um empecilho que me fez demorar a engatar no contexto. Quando os desdobramentos começam a ganhar mais ritmo e solidez, lá pelo meio das páginas, a narrativa torna-se mais atrativa e interessante.
Serei suspeita ao falar de Galaxy Stern, ou melhor, Alex Stern. A fantasia adulta deu mais liberdade à Leigh Bardugo para criar uma protagonista com erros e acertos, qualidades e defeitos. Nem totalmente boazinha, muito menos vilã, ela é uma jovem que a vida se encarregou de transformá-la. Possui uma personalidade volátil, mas que se agarra com unhas e dentes no que acredita. Junto de outros nomes de peso, como Darlington, Turner, Dawes e até mesmo Tripp, temos um grupo que facilmente conquista o leitor — para o bem ou para o mal, claro rs. Não acho que essa seja uma opinião unânime, porém é um contraste muito bem-vindo para quem até então tinha apenas Alina Starkov como rosto feminino principal.
"Você me encontrou uma vez, Stern. Vai encontrar de novo. Agora vá." pág. 289
A ambientação dark academy é sensacional, e é um ponto muito positivo a ser ressaltado — um pano de fundo que realmente me ganhou. E a mescla com a fantasia, maiormente tratando-se de magia, temos um toque ímpar dentro dos acontecimentos. Sinto que a inserção do fantástico é impactante nesse segundo volume, comparado ao primeiro, e até mesmo sendo o responsável por uma das grandes reviravoltas. Não estamos apenas lidando com demônios, artefatos mágicos, magia e necromancia. Quando menos esperamos, outros seres místicos estarão te surpreendendo nas cenas.
Confesso que meu único ponto negativo, na verdade serão dois, é: não espere romance. Temos migalhas de interação neste sentido, e eu admito que fiquei frustrada por conta dessa não evolução. Claro que o final em aberto — meu segundo ponto negativo — deixa possibilidades futuras no ar, mesmo assim, fico com o sentimento de que criei expectativas a toa. Deixo claro que em nenhum momento de sinopse ou descrição dos livros é dito que existiria um romance, o que justifica essa ausência. Entretanto, é difícil domar as emoções quando gostamos da inserção de casais dentro do gênero.
Como falei anteriormente, o desfecho é aberto — o que gera opiniões controvérsias. Acho que faltou um certo cuidado em encerrar específicos ciclos, até porque fiquei com a sensação de que a autora não soube fechá-los, contudo não é algo que me incomoda. Conhecendo outras obras delas, que seguem o mesmo estilo, ela inclui uma carga tão grande de desdobramentos e explicações perto das páginas finais, que acho que ela se perde nessas situações.
De uma forma geral, se gostou de Nona Casa, altas chances de adorar também Para o Inferno. Uma continuação a altura daquilo que conhecemos no primeiro. Recomendo fortemente aos fãs de fantasia adulta (com um quê de suspense!).
"Não tinha heróis ou vilões, apenas pessoas pelas quais você enfrentarias as ondas e aquelas que deixaria se afogar." pág. 359
Na parte física, a capa possui a mesma arte do original e é lindíssima! Representatividade total do conteúdo — e tem toda uma explicação para a escolha do coelho. A diagramação é a padrão da editora Minotauro, e não encontrei erros ortográficos ou de revisão. A narrativa é feita pelo ponto de vista da Alex em terceira pessoa, com alguns outros esporádicos de outros nomes. Novamente temos a brincadeira entre o presente e o passado, então fiquem ligados!
Espero que possam conhecer e dar uma oportunidade. Me digam nos comentários: conheciam Para o Inferno? O que acharam da proposta? Deixa nos comentários!
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