Série: Grishaverso
Autora: Leigh Bardugo
Editora: Minotauro
Páginas: 336
Gêneros: Fantasia / Jovem Adulto
Nota: ⭐⭐⭐⭐+ 0,5
Não estou arruinada. Eu sou a ruína. Após o seu embate com o Darkling, Alina Starkov se vê encurralada no subsolo, tentando recuperar as forças para salvar Ravka das garras de seu oponente. Sob a proteção e a vigilância do Apparat, Alina atinge outro status agora não é somente a Conjuradora do Sol, mas sim uma Santa que carrega em seus ombros a esperança de fiéis que rezam por um futuro mais brilhante. No entanto, invocar a luz nunca foi tão difícil. Com o futuro do país em suas mãos, Alina partirá em busca do terceiro amplificador de Morozova, o mitológico pássaro de fogo, com o objetivo de derrotar o Darkling e libertar Ravka de uma vez por todas.
Ruína e Ascensão é o grande desfecho da trilogia Grisha, que agora em uma nova leitura veio me agradar muito mais. Não acho que seja uma das séries mais perfeitas de fantasia, entretanto fui conquistada por ela no todo. Terminei-a com uma sensação mista onde ao mesmo tempo que estava curiosa em conhecer as resoluções, queria ir além.
A capital está em ruínas. O Darkling governa Ravka de seu trono de sombras. O destino da nação parece estar nas mãos de uma Conjuradora do Sol enfraquecida, de um rastreador sem forças e do que resta do que outrora foi um grande exército mágico. Oculta nas profundezas de uma antiga rede de túneis e cavernas, Alina está fragilizada e deve se submeter à duvidosa proteção do Apparat e de fanáticos que a adoram como uma santa. No entanto, sua esperança está em outro lugar e seus planos exigem que ela recupere as forças para sair dali o mais rápido possível. Para isso, terá de forjar novas alianças e deixar de lado as velhas rivalidades como Maly para encontrar o último dos amplificadores de Morozova. Porém, quando começa a desvendar os segredos do Darkling, ela descobrirá um passado que vai alterar para sempre a sua compreensão do vínculo que eles compartilham. O pássaro de fogo é a única coisa que separa Ravka da destruição, mas ele pode custar à Alina o próprio futuro pelo qual ela sempre lutou.
Se estava achando excelente o desenvolvimento nos sucessores, felizmente, aqui não mudei de opinião. Outra vez me vi imersa no universo Grisha de uma forma muito avassaladora, fazendo com que eu tivesse uma leitura extremamente prazerosa. É gratificante quando você encontra algo que se conecta, que te faz vibrar pelos mínimos detalhes, descobertas e acontecimentos. Em reflexo à isso, o andamento do exemplar comigo sempre ficou no ápice, onde portanto, foi algo que devorei em questão de horas.
Não acho que seja um volume que engata logo nas primeiras páginas pois existe um contexto que precisa ser trabalhado inicialmente, todavia não demora muito a se tornar interessante. Seus aspectos de mundo ganham amplitude, fazendo com que tenhamos ainda diversas informações dos seus elementos fantásticos. É incrível que a expansão desse ambiente não para em nenhum estante, nem na conclusão!
"Eu senti aquela atração, o desejo de uma menina assustada. Mesmo agora, depois de tudo que ele havia feito, eu queria acreditar no Darkling, encontrar um jeito de perdoá-lo... Queria acreditar em qualquer coisa para que não precisasse enfrentar o futuro sozinha. O problema em querer algo é que isso nos deixa fraco." pág. 70
Sobre os personagens, gostei como Alina e Maly amadureceram. Seus comportamentos e atitudes ganham força e destaques quando finalmente decidem seus objetivos principais — que balançava entre o dever de salvar Ravka ou o relacionamento amoroso — e por estes motivos, no fim tornaram-se cativantes protagonistas, principalmente na reviravolta que envolve o assunto.
E claro que não posso deixar de citar outro grande nome: Darkling. O que dizer quando descobrimos um lado mais humano dele? Se ele sendo o "vilão" é indiscutível a nossa atração, imagine quando temos revelações que torna-o compreensível? Creio que o modo como ele terminou não poderia ser diferente, contudo o fato da autora ter dado benevolência mesmo com tudo que fez, foi louvável.
Se você está a espera de eu não falar do Nikolai, esperou errado. Agora me lembrei totalmente porque apesar de amar esse terceiro volume, ele não é meu favorito. E sim, tem relação com o que ocorre com o nosso príncipe. Foi sofrimento algumas coisas, e fiquei com a impressão que o ciclo dele não foi bem fechado — talvez seja por essa questão, que temos a duologia dele, o que agradeço.
E claro que existe inúmeras situações impactantes, dramáticas e cheias de adrenalina ao longo do andamento. É arquitetado uma estruturação que ascende a medida que o inevitável se aproxima, onde ainda assim, podemos nos surpreender. Particularmente não me recordava de um plot twist em específico nesse aspecto, então quando ele foi revelado, fiquei extremamente chocada. Foi como se tivesse lido pela primeira vez — e surtado da idêntica maneira, porque sei que surtei!
"Eles queriam uma rainha Grisha. Maly queria uma rainha plebeia. E o que eu queria? Paz para Ravka. Uma chance de dormir tranquila na minha cama sem medo. E o fim da culpa e do pavor com qual acordava cada manhã." pág. 165
O fim também traz algumas escolhas que podem ser questionadas — e já vi muitos leitores não gostando. Em opinião pessoal, não tenho do que reclamar. Nessa releitura sinto que absorvi melhor o que a Leigh Bardugo quis transmitir com o final, então não tenho o que apontar. Até porque, temos uma espécie de epílogo que traz uma perspectiva futura do grupo principal. E que vou confessar: chorei com ele. Não tiraria e nem incluiria uma vírgula a mais!
De uma forma geral, é impossível não recomendar a trilogia Grisha. Sou super ciente das ressalvas que a galera faz, do que poderia ser modificado, todavia considero-a maravilhosa do jeito que é! Com seus acertos e erros, me encantou totalmente. E que inclusive, foi daqui que surgiu uma duologia que considero perfeita.
Na parte física, reli na edição antiga. Atualmente a Minotauro está relançando os livros, com capas diferentes — e ainda não tenho ela em físico. A diagramação do texto da Gutenberg é espaçada e confortável de ler, tendo pequenos detalhes nas páginas. Não encontrei erro de revisão ou ortográfico. A narrativa é feita em primeira pessoa pelo ponto de vista da Alina.
Espero que tenham gostado, e possam dar uma oportunidade a série. Que aliás, possui adaptação na Netflix lançada bem recentemente — obviamente já assisti, e posso falar com convicção que é primorosa! Venha se encantar por Sombra e Ossos. Agora me digam: conheciam? Já ouviram falar? Ficaram curiosos? Leriam? Deixa nos comentários!
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