Livro: Sol e Tormenta #2
Série: Grishaverso
Autora: Leigh Bardugo
Editora: Minotauro
Páginas: 352
Gênero: Fantasia / Jovem Adulto
Nota: ⭐⭐⭐⭐⭐
O boi sente o jugo, mas será que o pássaro sente o peso de suas asas? Na aguardada continuação de Sombra e Ossos, Alina e Maly precisam fugir das garras do Darkling após o terrível confronto na Dobra das Sombras. Apesar de finalmente ter se reunido com a pessoa mais importante de sua vida e de se ver livre do controle de Darkling e das pressões da corte, Alina está atormentada pela culpa depois dos acontecimentos na Dobra. Mas não há tempo para reflexões quando o seu principal objetivo é sobreviver. Nessa fuga frenética, em que precisa correr por sua vida e pelo destino de seu país, a Conjuradora do Sol acaba encontrando aliados – e inimigos – em figuras que nunca imaginou, como no corsário misterioso que é muito mais do que aparenta ser. Por sua vez, o Darkling está mais poderoso e determinado do que nunca. Com seu novo poder aterrorizante e extremamente perigoso, ele não irá poupar esforços para encontrar Alina e conquistar o trono de Ravka. O cerco está se fechando.
Sol e Tormenta dá continuidade a trilogia Grisha de forma primorosa! Pelo menos eu, fui indubitavelmente rendida por esse universo em expansão, trazendo novos e ímpares desdobramentos. Me arriscando até a dizer, que é meu favorito da trilogia!
Perseguida ao longo do Mar Real e aterrorizada pela memória dos que se foram, Alina Starkov tenta levar uma vida normal com Maly em uma terra desconhecida, enquanto mantém em segredo sua identidade como Conjuradora do Sol. Mas ela não pode ocultar seu passado e nem evitar seu destino por muito mais tempo. Ressurgido de dentro da Dobra das Sombras, o Darkling retorna com um aterrorizante e novo poder e um plano que irá testar todos os limites da natureza.
Contando com a ajuda e com os ardis de um admirável e excêntrico corsário, Alina retorna ao país que abandonou, determinada a combater as forças que se reúnem contra Ravka. Mas enquanto seus poderes aumentam, ela se deixa envolver pelas artimanhas do Darkling e sua magia proibida, e se distancia cada vez mais de Maly. Ela será então obrigada a fazer a escolha mais difícil de sua vida: ter sua pátria, seu poder e o amor que ela sempre pensou ser seu porto-seguro ou arriscar perder tudo na tormenta que se aproxima.
Dizer que o desenvolvimento me envolveu cai na pura obviedade. A força que um enredo me conquista no primeiro volume, é o fio condutor das minhas expectativas para os sucessores. Por isso, para me decepcionar com alguma série que já amei de cara, o tombo tem que ser muito grande — o que nem de longe foi o caso. Leigh Bardugo sabiamente estruturou a história da nossa Conjuradora do Sol, de forma que ela possui ascensão {olha o trocadilho futuro, rs!}. Esse livro nos entrega informações, elementos e temáticas que engrandecem o universo, inserido definitivamente uma grande guerra política. Aqui temos um contexto maiormente voltado aos aspectos do reinado, hierarquia e poder, tendo ganhado forças então, uma perspectiva de mudança em Ravka.
"Ele deu um aceno desdenhoso 'Não, não o desejo absurdo que você ainda tem de superar. Conheço a verdade em seu coração. A solidão. A conscientização crescente de sua própria diferença." Ele se inclinou mais para perto. "O quanto isso dói.' " pág. 58
Por isso, é tão fácil compreendermos e sermos atraídas pelos ideais do Darkling. O que ele luta e almeja não é algo mirabolante ou insano. Inclusive, ele tem argumentos extremamente convincentes. O problema se insere no que ele é capaz de fazer para alcançar essa ambição — que vai desde a passar por cima das pessoas, até em monstruosidades irreparáveis. Assim como a Alina, em algum momento entendemos que o caminho que ele traçou não tem volta, tornando-se um mal que precisa ser aniquilado.
Falando sobre os personagens, prepare-se para conhecer o melhor protagonista da trilogia: Nikolai Lantsov. Sabe quando você gosta logo de cara de uma certa pessoa, sem nem analisar qual a real função dele dentro da narrativa?! Foi o que me aconteceu! Por essa razão, não me foi surpresa quando Nikolai começou a ganhar destaques, onde até um dos grandes plot twist do exemplar, é relacionado à ele. Sua sagacidade, as ironias e o fato de ser um nato estrategista chamam atenção. Em comportamento, atitudes e personalidade, Nikolai foi aquele que mais me encantou.
Já acerca da Alina e Maly, é bom ver uma certa evolução da dupla principal, que inclusive fez o rastreador ganhar pontos comigo em comparação ao seu comportamento no livro anterior. Creio que eles tem muito a crescer — e por ser releitura sei que ocorrerá — no entanto, o que demonstram por aqui condiz com seus atuais e altos objetivos.
Um adendo que preciso fazer, é que fui fascinada pela ambientação marítima — já que boa parte da narrativa acontece em alto-mar. Esses âmbitos de tripulação, marujos, barcos, navios, mapas e coordenadas tem sido um assunto que me fascina, e até então eu não tinha associado de onde poderia ter surgido essa predileção. Depois de reler o exemplar, acho que ficou claro onde tudo se iniciou.
"Eu havia estado no Não Mar duas vezes, e em ambas me senti como uma estranha, como uma intrusa vulnerável em um mundo antinatural e perigoso que não me queria lá. Mas agora era como se a Dobra viesse até mim, me dando as boas-vindas." pág. 115
Não acredito que Sol e Tormenta seja um livro com inúmeras cenas impactantes, contudo as que foram expostas são suficientes e sob medida para responder específicas indagações. A trama tem seus instantes de ápice que são importantes para a conjuntura como um todo. O desfecho contém revelações e situações estrondosas, que o conectam com ao sucessor. Você chega ao final querendo o próximo!
De uma forma geral, Sol e Tormenta, em minha opinião, foi uma perfeita continuação. O Grishaverse foi amplificado de modo ainda a prender o leitor que iniciou a série. É possível que ao todo ele não seja perfeito? Possivelmente! No entanto, para mim seus prováveis pontos negativos são ofuscados pelos positivos. Recomendo demais!
Na parte física, ainda tenho a edição antiga da editora Gutenberg — não mais reproduzida. A diagramação possui um texto confortável de ler, espaçado e com detalhes nos inícios de capítulo. Temos também um glossário que facilita a assimilar as divisões de classes, além de um belíssimo mapa. A narrativa continua sendo feita pelo ponto de vista da Alina, em primeira pessoa.
Espero que tenham gostado, e possam dar uma oportunidade. Agora me digam: conheciam Sombra e Ossos? Já leu esse segundo? Deixa nos comentários!
"O boi sente o jugo, mas será que o pássaro sente o peso de suas asas?" pág. 222
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