Autora: Penelope Douglas
Editora: The Gift Box
Páginas: 375
Gênero: Romance / Erótico / Contemporâneo
Nota: ⭐⭐⭐⭐⭐💗
JORDAN: Ele me acolheu quando eu não tinha outro lugar para ficar. Ele não me usa, me magoa ou se esquece de mim. Ele não me trata como nada, não me despreza, ou me faz sentir insegura. Ele se lembra de mim, ri comigo e olha para mim. Ele me escuta, me protege e me enxerga. Sinto seus olhos em mim sobre a mesa do café da manhã, e meu coração dispara quando o ouço entrar na garagem depois do trabalho. Preciso parar isso. Não pode acontecer. Minha irmã me disse uma vez que, não existem homens bons, e se você encontrar um, ele provavelmente será comprometido. Só que o comprometido aqui não é Pike Lawson. Sou eu. PIKE: Eu a acolhi porque pensei que estava ajudando. Ela prepararia algumas refeições e daria uma limpada na casa. Era um acordo simples. Com o passar dos dias, porém, está se tornando tudo, menos simples. Tenho que parar de pensar nela e de prender a respiração toda vez que nos esbarramos pela casa. Não posso tocá-la, e eu não deveria querer. Quanto mais me vejo cruzando o seu caminho, mais ela se torna parte de mim. Mas não estamos livres para ceder a essa atração. Ela tem dezenove anos e eu trinta e oito. E sou pai do namorado dela. Infelizmente, os dois acabaram de se mudar para a minha casa.
Se tem uma coisa que ADORO é quando as indicações de amigos dão super certo. Penelope Douglas é um nome conhecido pelas minhas andanças dentro do universo dos romances, mas não esperava gostar tanto com a intensidade que me ocorreu em Birthday Girl. Preparados para mais uma narrativa bombástica?!
Após o fim do seu expediente, e dia do seu aniversário de 19 anos, Jordan decide ir assistir um filme dos anos 80 com donuts e uma garrafa de vinho. O que ela não esperava, é que essa noite se tornasse o início de algo. Ao conhecer Pike na sala de cinema, sua noite é transformada ao saber que o homem por quem se encantou é o pai do seu namorado. Pior ainda: ela não aguardava que a vida fosse dar mais voltas, sendo obrigada a morar na casa do pai do seu namorado. Seria essa uma brincadeira do destino?
Após ser pai tão cedo, Pike não tem outros objetivos além de trabalhar e tentar se reaproximar do filho — longos problemas familiares os afastaram. Por isso, conhecer Jordan e sentir uma certa atração foi revigorante — mesmo com a grande diferença de idade. Ao descobrir que ela é namorada do seu filho, sabendo que pode colocar em risco o frágil relacionamento paterno, ele decide esconder essas incertezas sentimentais. Porém, os dois perceberão que a conexão é maior do que imaginavam, vivendo um dilema entre a razão e a emoção. Serão capazes de deixar o amor florescer? De enfrentar o julgamento da sociedade? Como ficará a relação pai e filho?
Juro que se alguém tivesse me avisado o quanto amaria a história, teria lido antes. Um romance além do esteriótipo erótico tabu, ele nos traz grandes lições na trajetória dos personagens. Com um toque bem palpável de escolhas críveis, ele se aproxima de uma verdade onde às vezes a razão pode falar mais alto que a emoção, onde o medo e receios podem nos incitar a tomar decisões inconsequentes e que geram reações. Os personagens tomaram o palco principal e são os destaques da obra.
" — O tempo passa num piscar de olhos — explica. — E o medo te dá as desculpas que você deseja para não fazer as coisas que sabe que deveria. Não duvide de si mesma, não suponha, não deixe o medo te segurar, não seja preguiçosa, e não baseie suas decisões no quanto elas farão outras pessoas felizes. Arrisque-se e vá à luta, está bem?" pág. 19
Tanto Pike quanto Jordan me transpassaram um sentimento de realidade, no sentido de que poderiam ser pessoas que conheço na vida, por isso suas incertezas e dúvidas me foram tocantes. De personalidades praticamente opostas — ainda que no fundo tenham semelhanças — os olhares destoantes sobre o mundo torna-se interessante de acompanhar. Um adendo que não posso deixar de fazer, é que a autora acertou ao moldar seus protagonistas fora daquele padrão que esperamos — cometer erros não tem "idade" para acontecer, e sim, você pode agir de acordo com a mesma, não precisando ser alguém fora da curva para ter um relacionamento sério.
Podemos esperar um carrossel de emoções, por isso se prepare para situações de raiva, de sorrisos, outras chorando, se descabelando, se abanando e tudo que tem direito. Penelope tem uma escrita envolvente, o que te faz devorar as páginas. Acompanhamos a construção de um casal conectado ao fato de se encontrarem como pessoas sob a perspectiva de família, carreira profissional, o que querem para o futuro e obviamente, relacionamento.
Sobre as partes sensuais, não irei dizer que são leves. Tem a sua dose elevada em alguns trechos, e acredito que sejam bem descritivas. Nada que me incomode ou atrapalhe o fluxo de leitura, no entanto gosto de sempre deixar avisado para os sensíveis. E o final é de deixar o coração na boca, onde ficará como surpresa para quando vocês lerem.
De uma forma geral, recomendado! Birthday Girl, O Presente Perfeito é um prato cheio para os fãs de romance contemporâneo, e nada de se assustar pelo possível tema tabu. A inserção dentro do contexto é tão grande, que você nem o capta sendo escrupuloso — e entenderá as desculpas que os levaram a achar isso infundado por um tempo. Já foram adquirir o livro?!
"— Na verdade eu não ligo para a cerimônia — responde, olhando para a televisão. — Eu só quero a vida." pág. 88
Na parte física, é meu primeiro contato com as edições da The Gift Box e só tenho elogios. Mantiveram a capa original, título original — com um subtítulo em português — além de ter uma diagramação maravilhosa, o que amo. Fora que na compra do exemplar, ainda veio um brinde: marcador magnético. Não encontrei nenhum erro de revisão e ortográfico. A narrativa é feita em primeira pessoa pelos dois pontos de vistas.
Só sei que felizmente peguei autógrafo da autora na Bienal do Livro do Rio pois se não tivesse conseguido, estaria chorando por agora. Estou com outra obra dela na estante, Punk 57, e admito que as expectativas estão altas. Espero que tenham gostado!
E vocês, conheciam Birthday Girl, O Presente Perfeito? Ficaram curiosos? Já leram? Deixa nos comentários!