[Resenha] Corrente de Ouro, Cassandra Clare

Livro: Corrente de Ouro #1
Série: As Últimas Horas
Autora: Cassandra Clare
Editora: Galera Record
Páginas: 575
Gênero: Fantasia / Jovem Adulto
Nota: ⭐⭐⭐⭐+ 0,5
*exemplar cedido pela editora*
Seja bem-vindo ao período eduardiano londrino! Um tempo de luzes elétricas e sombras extensas, a celebração da beleza artística e a selvagem busca pelo prazer, com demônios à espreita no escuro. Por anos a paz reinou no mundo dos Caçadores de Sombras. James e Lucie Herondale, filhos dos famosos Will e Tessa, cresceram e desenvolveram-se em um ambiente harmônico com sua família e amigos, ouvindo histórias sobre o bem derrotando o mal e o amor como o grande vencedor... Mas tudo muda quando as famílias Blackthorn e Carstairs vêm para Londres, assim como uma espécie de praga nunca vista antes, implacável e inevitável. Cordelia Carstairs é uma Caçadora de Sombras, uma guerreira treinada desde a infância para enfrentar demônios. Quando seu pai foi acusado de um terrível crime, ela e seu irmão viajam a Londres na esperança de evitar a ruína de sua família. Sua mãe, Sona Carstairs, quer que a filha se case... mas Cordelia está mais determinada a ser uma heroína do que uma esposa. Logo, Cordelia encontra James e Lucie Herondale, seus amigos de infância, e é levada a seu universo de bailes reluzentes, tarefas secretas e salões sobrenaturais, onde vampiros e bruxos se misturam a sereias e feiticeiros. Enquanto isso, ela precisa esconder sua paixão secreta por James, que jurou se casar com outra pessoa. Quando o desastre atinge, depois de tanto tempo, os Caçadores de Sombras, James, Cordelia e seus amigos mergulham em uma aventura descontrolada que os revelará sombrios e incríveis poderes, o verdadeiro e cruel preço de ser um herói... e de se apaixonar.

Voltar ao universo dos Shadowhunters me é sempre um prazer, afinal, Cassie criou algo que eu simplesmente adoro! Corrente de Ouro é mais uma largada de uma nova série, intitulada As Últimas Horas, e pelo que encontrei por aqui, tem tudo para ser uma das minhas favoritas.

A família Castairs passa por um grande problema. O pai de Cordelia está preso acusado de um terrível crime, e cabe agora a ela junto de sua mãe e irmão tentarem amenizar a possível ruína da família. Para isso, decidem residir em Londres onde será mais fácil achar apoiadores para o caso, além da sua mãe ter o pretexto de lhe arranjar um bom casamento. Porém, Cordelia quer ser mais: quer ser uma grande heroína. Ao reencontrar seus amigos de infância — James e Lucie Herondale — e conhecer novas pessoas, ela vivenciará cenários inéditos. Entretanto tudo muda quando percebem que o mundo dos Caçadores de Sombras passa por um conturbado momento. Londres após anos sem grandes perturbações demoníacas agora tem uma série de ataques chocantes, e esses monstros não são nada como já visto antes. Cordelia, James, Lucie e seus amigos se encontrarão no meio dessa complicação.


Acredito que por já ter lido tantos lançamentos da Cassandra Clare, me é fácil entender como ela constrói seus desenvolvimentos, especialmente, a estruturação de ideias. É um estilo de enredo que particularmente gosto — e que funciona de modo a me prender na leitura a medida que cresce — o que não foi diferente no exemplar. Porém, sinto que tivemos uma maior ousadia nos acontecimentos, o que tornou a experiência sensacional. Por ser o primeiro volume de uma trilogia, obviamente fomos expostos aos elementos principais de forma superficial, para que ao longo dos sucessores as situações se resolvessem mais concretamente. Ainda que haja essa elaboração de uma temática central, ocorrências paralelas transcorrem, e são bem-vindas para nos colocar com emoções à flor da pele.

Sobre os protagonistas, rasgo elogios ao grupo apresentado. Criei expectativas pelo fato dos pais deles serem um dos meus conjuntos favoritos desse universo, e não saio decepcionada. Existe pluralidade e diversidade entre as pessoas, pontos que são trabalhados nos livros da Cassandra há bastante tempo. Tenho que dar destaques a Matthew Fairchild que é meu personagem xodó, na qual me apaixonei de cara. E assumo: tenho quedinhas por bad boys, libertinos, cafajestes nas narrativas.

"— Eles precisam de uma musa — falou Anna. — Alguém que os inspire. Alguém para conhecer seus segredos. Você gostaria de ser a musa deles? — Não — falou Cordelia. — Eu gostaria de ser uma heroína." pág. 197

Consequentemente, pela primeira vez desde que adentrei as Crônicas dos Caçadores de Sombras, estou assumidamente shippando errado. Os mistérios envolta dele é o que me chama atenção, sobretudo por suas atitudes — curiosíssima para entender os motivos dele ter esses comportamentos dúbios. Já temos indícios do que poderia ser, então montei uma teoria em cima.

A ambientação que retrata o período eduardiano londrino é memorável, além de ser um ótimo complemento as páginas — sou suspeita para falar de tramas datadas porque sou fascinada com as características e comportamentos sociais da população de época — inclusive, sendo uma das peças fundamentais para o desfecho pois se não fosse especificamente o delineamento desse século, esse tipo de conduta não teria existido.


E falando sobre o final, reviravoltas eletrizantes estão presentes. Acho que nem nas minhas piores hipóteses imaginei coisa parecida, e foi nesse intervalo que a Cassandra Clare incorporou um plot twist que eu não achava capaz dela colocar. Tivemos instantes de altos surtos quando percebi o que se sucederia. Não acredito que seja um fechamento tão impactante quanto outros que já li da autora, mas tem seus ápices de glória. É encerrado um ciclo, deixando um pequeno gancho para as próximas obras.

De uma forma geral, Corrente de Ouro me entregou o que premeditava: muita ação, romance, altas aventuras, mistérios, grandes amizades e claro, um mundo mágico. Passei por uma montanha-russa de emoções na conjuntura, e ela promete ser ainda mais excitante nos sucessores. Indico de olhos fechados!

"— Não podemos escolher quando vamos sentir dor — falou Matthew. — Vem quando tem que vir, e tentamos nos lembrar, embora não possamos imaginar um dia em que não teremos essas amarras, que toda dor se vai. Que toda tristeza passa. A humanidade é atraída para a luz, não para a escuridão." pág. 310

Na parte física, gosto desse tom metalizado na capa — que é mil vezes melhor que as holográficas, na minha opinião, apesar de difícil para tirar fotos — e a tradução do título foi fiel. Sou fascinada pelas artes que caracterizam a série, e a representação da Cordelia está perfeita. A diagramação é a padrão, vista anteriormente, sendo espaçada e confortável de ler. Não encontrei nenhum erro ortográfico aparente. A narrativa é feita em terceira pessoa pelos pontos de vistas da Cordelia, James e Lucie alternados, majoritariamente.

Espero que tenham gostado e deem uma oportunidade! Agora me digam vocês: conheciam Corrente de Ouro? Tem curiosidade? Querem ler? Deixa nos comentários! 
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Ana Caroline

Olá, tudo bem? Prazer, me chamo Carol (na realidade Ana Caroline, mas ficamos com Carol!), sou formada em Nutrição pela UNIRIO e tenho 28 anos. Gosto de compartilhar com o mundo um pouco do que eu me apaixonei no universo literário, que é um vício criado na adolescência (culpado Crepúsculo!). Fã de fantasia e de romances (desde os dark até romance de época) e um pouco de suspense, o Leituras Diárias é um lugar onde mostro essa minha paixão pelos livros. Sejam bem-vindos!

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