Livro: Layla
Autora: Colleen Hoover
Editora: Galera Record
Páginas: 368
Gênero: Paranormal / Sobrenatural / Romance
Nota: ⭐⭐⭐⭐
*exemplar cedido pela editora*
Após Layla sofrer um acidente que deixou sequelas neurológicas graves, seu namorado resolve levá-la para uma viagem romântica para a pousada onde eles se conheceram. Mas acontecimentos inexplicáveis fazem ambos suspeitarem de uma presença sobrenatural. Quando Leeds conhece Layla, ele está convencido de que passará o resto de sua vida com ela... Ela é espontânea, divertida, e a vida ao seu lado é fácil e tranquila. Até que um ataque inesperado faz com que Layla precise lutar por sua vida. Após semanas no hospital, Layla se recupera fisicamente, mas as cicatrizes mentais e emocionais alteraram significativamente a essência e personalidade da mulher por quem Leeds se apaixonou. Com o objetivo de colocar o relacionamento dos dois de volta nos trilhos e tentar fazer com que os dois voltem a ser o que eram antes da tragédia, Leeds leva Layla para a pousada onde se conheceram, na esperança de que o lugar desperte em Layla os vívidos sentimentos de antes, no início da relação dos dois. Mas, assim que chegam ao lugar, situações bizarras começam a acontecer, uma após a outra, e o comportamento de Layla sofre uma mudança ainda mais drástica. Confuso e sentindo-se cada vez mais solitário, Leeds passa a investigar o porquê dos eventos e, sem que realmente perceba, se vê, de repente, obcecado. Sentindo-se a cada dia mais distante e apático com relação a Layla, Leeds encontra consolo em Willow – outra hóspede da pousada onde estão instalados. Os dois estabelecem uma rápida e intensa conexão, e Leeds começa a perceber, atônito, que prefere a companhia da mulher à de Layla, fazendo o possível – e impossível – para encontrá-la, evitando deixar Layla tomar ciência do que acontece ao seu redor. No entanto, à medida que sua curiosidade por Willow cresce, aumentam também os riscos à segurança e bem-estar de Layla. Rapidamente, Leeds percebe que precisa fazer uma escolha, depressa. No entanto, uma decisão errada pode prejudicar a todos.
Leeds se apaixonou por Layla desde a primeira vez que a viu, quando estava dançado. Dona de uma personalidade única, cheia de vida e espontânea, ela o faz extremamente feliz. Porém, as coisas mudaram após um incidente que deixa Layla com sequências neurológicas. Ela não é mais a mesma, e Leeds se sente responsável por tudo que ocorreu. Com a esperança que o relacionamento volte a ser o que era, ele leva Layla para a pousada onde se conheceram. No entanto, situações estranham começam a acontecer, sem explicações lógicas, e que mudam ainda mais as atitudes dela. Leeds investigará o que está sucedendo.
Juro para vocês que esse desenvolvimento me deixou extremamente boquiaberta. Primeiro temos o fato de que comecei o livro com altas expectativas. Por gostar da temática, por saber que é de uma autora que amo, as chances de ser uma excelente história eram grandes. Logo, todo o início me prendeu de forma quase que automática, até chegarmos por volta da metade das páginas, que caros leitores, digo que foi ladeira abaixo e ápice da minha raiva.
Me imaginava resenhando sobre a minha primeira grande decepção da CoHo, trazendo a justificativa de que ela elaborou um péssimo personagem com horrendas atitudes e escolhas, mas que felizmente, não é o que tenho a falar. É indiscutível que a história tem uma linearidade questionável nesse meio dos acontecimentos, contudo as justificativas e explicações dessas questões foram de explodir a mente.
"Nunca quis tanto entrar na cabeça de alguém quanto quero entrar na de Layla. Sua mente não funciona como as outras. Não há nenhum filtro entre sue cérebro e sua boca, nenhum peso na consciência sobre alguma coisa que possa ter dito. Ela simplesmente fala o que quer, sem remorsos. Mesmo quando suas palavras ferem." pág. 34
Se eu tivesse que definir o enredo em apenas uma palavra seria: chocante. Tudo decorre e se altera de forma drástica, fazendo com que o leitor sinta o impacto de cada reviravolta, cada informação que desmancha o pressuposto. Como falei anteriormente, sempre confiei na capacidade da autora de me conquistar nas suas obras. Entretanto, o nível que Layla testou esse limiar ao longo do andamento, foi enorme. E confesso que adorei!
Até porque, trazer elementos que permeiam entre o sobrenatural e paranormal é algo arriscado. Enquanto que para alguns o contexto pode se apresentar como diferente e inovador, para outros ele pode ser caricato e/ou bobo. Esse é um tipo de conjuntura que depende da crença pessoal de cada leitor, em julgar que coisas do estilo podem ocorrer ou não.
E permanecendo sobre esse tópico, cogitei que teríamos uma abordagem direcionada ao thriller/terror, e na verdade a autora traz elementos da sua zona de conforto, que é o romance. Essa mistura para mim foi certeira, afinal, é composta por pontos que me atraem dentro de uma narrativa. Então, não tenho do que reclamar.
Sobre os personagens, Layla e Leeds são muito bem lapidados — e talvez por isso, exista a minha tamanha intensidade de sensações na narrativa. Quero deixá-los como uma incógnita para vocês, pois acho que a descoberta de como eles agem e ponderam é uma das mágicas da obra. Mesmo assim, me atrevo a dizer que eles são do tipo que você ou gosta ou odeia.
"Tem alguma coisa sobre este lugar. Talvez seja porque foi onde conheci Layla. Talvez porque estar literalmente no centro do país é mesmo reconfortante de alguma maneira." pág. 85
Após todo esse leque de sensações no andamento da leitura, claro que o final seria um outro grande ápice. Considerei as piores teorias possíveis, pensei que tudo daria errado, e a Colleen demonstrou que o buraco poderia sim ser além do embaixo, praticamente um poço. Aviso para que não tente prever os próximos passos, já que a única coisa certa é o tombo — positivo, no caso. Achei o desfecho redondo, sem pontas soltas, contendo até um epílogo que nos deixa a par de um futuro.
De uma forma geral, Layla é um título que demonstra uma faceta distinta da Colleen Hoover, sem perder a qualidade e as características que nos faz adorar seus livros. Recomendo aos fãs, aos que querem conhecerem a escrita dela e não curtem a vibe romance/drama, e a todo leitor possível. Venham se surpreender!
Na parte física, a capa não é a original. Todavia, a Galera Record fez um trabalho primoroso de adaptação. Nos detalhes, na coloração, eu simplesmente achei sensacional. A diagramação segue o padrão que foi concebido para os livros da CoHo — texto espaçado, confortável de ler, sem grandes detalhes — e não encontrei nenhum erro de revisão ou ortográfico. A narrativa é feita em primeira pessoa pelo ponto de vista do Leeds.
Espero que tenham gostado da resenha, e possam dar uma oportunidade para a obra. Agora me digam nos comentários: conheciam ou já leram? Ficaram curiosos? O que acharam da proposta? Beijos!