[Resenha] Uma Loucura e Nada Mais, Mary Balogh

Livro: Uma Loucura e Nada Mais #3
Série: Clube dos Sobreviventes
Autora: Mary Balogh
Editora: Arqueiro
Páginas: 272
Gênero: Romance de Época
Nota: ⭐⭐⭐⭐⭐+💗
Depois de sobreviver às guerras napoleônicas, Sir Benedict Harper está lutando para seguir em frente e retomar as rédeas de sua vida. O que ele nunca imaginou era que essa esperança viesse na forma de uma bela mulher, que também já teve sua parcela de sofrimento. Após a morte do marido, Samantha McKay está à mercê dos sogros opressores, até que planeja uma fuga para o distante País de Gales para reivindicar uma casa que herdou. Como o cavalheiro que é, Ben insiste em acompanhá-la em sua jornada. Ben deseja Samantha tanto quanto ela o deseja, mas tenta ser prudente. Afinal, o que uma alma ferida pode oferecer a uma mulher? Já Samantha está disposta a ir aonde o destino a levar, a deixar para trás o convívio com a alta sociedade e até mesmo a propriedade que é sua por direito, por esse belo e honrado soldado. Mas será que, além de seu corpo, ela terá coragem de lhe oferecer também seu coração ferido? As respostas a todas as perguntas talvez estejam em um lugar improvável: nos braços um do outro.

Uma Loucura e Nada Mais é uma grata surpresa! Comecei esse terceiro livro de Clube dos Sobreviventes sem nenhuma expectativa, e terminei ele com um dos meus favoritos da série! É inegável o quanto é maravilhoso.

Após anos cuidando do marido acidentado em guerra, que acaba falecendo, Samantha quer liberdade. E neste momento, essa liberdade não pode ser alcançada pois ela ainda está em período de luto, na qual, a família do marido é extremamente conservadora — segue rigorosamente as condutas da sociedade. No entanto, algumas coisas mudam com a chegada do irmão da sua vizinha, Benedict Harper. Os dois, que anseiam por novos recomeços, se conectam de uma forma avassaladora. Todavia, poderiam eles ter um relacionamento? Ben ainda quer encontrar seu lugar no mundo, e o fato de não poder andar sem muletas, lhe traz a sensação de impedimento para algumas coisas.



Mais um desenvolvimento com enfoque no drama, na construção do relacionamento e as batalhas internas de cada personagem. Mary Balogh escreve romances de época que "fogem do padrão", conquistando um público fiel. Os elementos que envolvem o Clube dos Sobreviventes é algo que me chama atenção desde o primeiro volume, e sinto que a cada novo título lido, as conjunturas tornam-se mais intensas, tensas e reveladoras. É uma história que vem com intuito de emocionar, inspirar e acalentar, cumprindo sempre, esses objetivos.

Ben é um protagonista, assim como o antecessor, que possui deficiência física. Desta vez, estamos lidando com um homem que não consegue mais andar sem o auxílio de muletas após os ferimentos adquiridos na guerra, e que reluta em aceitar a sua nova condição. Entendemos aqui, quem ele é, seus sonhos e o que almeja do futuro — ele é um dos integrantes menos citado do grupo, nos anteriores — e isso nos toca em alma. Um homem com muitos receios internos, e sonhos que foram destroçados com a mudança brusca do destino. Se reencontrar, não é fácil para ele. 

"— É que a liberdade é uma dádiva preciosa — disse Samantha. — A pessoa deve usá-la para fazer aquilo que mais quer, desde que não machuque ninguém. Contudo, quase nunca somos autorizados a agir livremente, não é? Há sempre alguém ou alguma regra ou convenção que diz 'não, isso não, de jeito nenhum'. E assim seguimos as regras sociais, negamos a liberdade que nos é concedida e perdemos a chance de ter alguma felicidade."

Não só da parte dele, mas inclusive da personagem feminina. Duas pessoas que trilham caminhos diferentes, entretanto conservam a a mesma esperança: a de liberdade. Mexe com nossas emoções os pensamentos deles, as indagações e questionamentos. A autora traz debates pertinentes dentro do contexto de época, que funcionam não só para o relacionamento dos personagens, mas também como uma questão que a gente pode levar para a vida. É uma trama que envolve pessoas, que envolve sentimentos, que envolve aquela pergunta intrínseca do ser humano: o que é viver?

O fato de não esperar essa conexão e forte identificação é o grande ponto positivo da obra, porque ela é crescente. Temos desdobramentos e reviravoltas sensacionais ao longo do andamento que reforçam esse impacto que o romance está percorrendo. São detalhes e informações que quando montados no quebra-cabeça principal, mostram uma faceta inovadora da narrativa.




O final é redondinho, sem pontas soltas e com cenas maravilhosas — o reencontro do Clube dos Sobreviventes é tudo! —, encerrando esse ciclo com louvores. Poderia, tranquilamente, ler mais cem páginas falando do pós final feliz deles, de tão bom que foi esse exemplar. Terminei muito feliz, e como disse antes, é o meu favorito da série.

De uma forma geral, se você chegou até aqui na série, definitivamente precisa ler Uma Loucura e Nada Mais. As chances de amá-lo e ser um dos seus queridinhos é extremamente alta, e a Mary Balogh nos entrega o ápice do grupo de amigos — tenho minhas dúvidas se algum outro pode superar. Recomendo demais!

"Tinha vindo para fugir. Para se esconder. Para se libertar da opressão de uma respeitabilidade praticada com exceções. Para deixar de lado o pesado aprisionamento de seu luto em favor de lembranças mais brandas do homem que fora seu marido durante sete anos. Para encontrar alguma paz. Para encontrar alguma liberdade. Para um novo começo." pág. 174

Na parte física a capa segue o padrão, e infelizmente, tenho ressalvas. Confesso que não foi uma coisa que notei nos antecessores, entretanto as características físicas descritas da Samantha, não batem com a foto selecionada para a capa. Isso me incomoda um pouco porque a Arqueiro já foi criticada por esse "desleixo" nas escolhas, e podemos perceber que não aprendeu com os erros. Assim como em Um Acordo e Nada Mais,  encontrei erros ortográficos e de revisão — até mesmo traduções que ganhariam entendimentos melhores se fossem associadas a termos culturais brasileiros. A narrativa é feita em terceira pessoa pelos dois pontos de vistas.

Espero que possam dar uma oportunidade! Me digam nos comentários: conheciam o livro Uma Loucura e Nada Mais? Leriam? O que acham da proposta?

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Ana Caroline

Olá, tudo bem? Prazer, me chamo Carol (na realidade Ana Caroline, mas ficamos com Carol!), sou formada em Nutrição pela UNIRIO e tenho 26 anos. Gosto de compartilhar com o mundo um pouco do que eu me apaixonei no universo literário, que é um vício criado na adolescência (culpado Crepúsculo!). Fã de fantasia, romances (desde os dark até romance de época) e um pouco de suspense, o Leituras Diárias é um lugar onde mostro essa minha paixão pelos livros. Sejam bem-vindos!

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