Livro: Escândalo de Cetim #2
Série: As Modistas
Autora: Loretta Chase
Editora: Arqueiro
Páginas: 272
Gênero: Romance de Época
Nota: ⭐⭐⭐⭐
Irmã do meio entre as três proprietárias de um refinado ateliê de Londres, Sophia Noirot tem um talento inato para desenhar chapéus luxuosos e um dom notável para planos infalíveis. A loura de olhos azuis e jeito inocente é na verdade uma raposa, capaz de vender areia a beduínos. Assim, quando a ingênua lady Clara Fairfax, a cliente mais importante da Maison Noirot, é seduzida por um lorde mal-intencionado diante de toda a alta sociedade londrina, Sophia é a pessoa mais indicada para reverter a situação. Nessa tarefa, ela terá o auxílio do irmão cabeça-dura de lady Clara, o conde de Longmore. Alto, musculoso e sem um pingo de sutileza, Longmore não poderia ser mais diferente de Sophia. Se a jovem modista ilude as damas para conseguir vesti-las, ele as seduz com o intuito de despi-las. Unidos para salvar lady Clara da desonra, esses charmosos trapaceiros podem dar início a uma escandalosa história de amor... se sobreviverem um ao outro. Em Escândalo de Cetim, segundo livro da série As Modistas, Loretta Chase nos presenteia com um dos casais mais deliciosos já descritos. Além de terem uma inegável química, Sophia e Longmore são divertidos como o rodopiar de uma valsa e sensuais como um corpete bem desenhado.
Loretta Chase nos traz uma série que além de encantadora é única, afinal, lidarmos com as irmãs Noirot é olharmos para a burguesia da época e seus pensamentos — um enfoque longe do habitual que é a aristocracia. E com Sophia, isso torna-se mais nítido e melhor desenvolvido que o volume anterior. Sim, a irmã do meio Noirot me conquistou como nunca.
Lady Clara Fairfax — a cliente mais importante da Maison Noirot — passará por maus bocados. Encontrada em uma situação constrangedora com um lorde, acabará tendo que se sujeitar ao casamento, levando junto uma bagagem enorme de dívidas e credores dele em que talvez o dote não consiga pagar. Podendo perder uma das suas maiores clientes da loja, Sophia Noirot junto do conde de Longmore, irmão da Clara, entrarão em um grande desafio de reverter várias situações que a nossa noiva se colocará para que não ocorra o casamento. E no meio dessa tempestade de escândalos, os dois entrarão num furacão de emoções sem fim, mas que precisa ter um ponto final: Sophia tem que colocar seus negócios, seu sustento e da sua família em primeiro lugar; Longmore tem que lembrar que ela é apenas um caso dentre vários. Pena que o destino nunca age como queremos.
Um desenvolvimento extremamente fascinante e curioso de acompanhar. Temos um enredo dinâmico no sentido de que tudo ocorre ao mesmo tempo e em paralelo, gerando muitas informações sendo transmitidas. Tem reviravoltas, ações e eventualidades que me conquistaram de primeira, somados a uma protagonista com voz própria e de um personagem ímpar. É perceptível que teremos uma ótima narrativa desde a primeira página.
Com a mesma força e personalidade que sua irmã mais velha, Sophia apresenta um diferencial que a destaca, sendo então a aventureira do grupo. Criadora das ideias, dos planos para fazer com que tudo saia ao seu gosto, a trama ganha notoriedade quando temos essa faceta dela exposta. Vai ser uma história cheia de acontecimentos, aventuras, caracterizações, falsos personagens e atuação que conquista o leitor. Parece que são várias ideias jogadas de forma aleatória, porém ao entender o contexto, fica claro o porquê de ter tantos elementos.
"Um dia ela se casaria com um homem respeitável, que não se meteria em seu trabalho. Longe de ser respeitável, Longmore era um grande tolo que sempre se metia na vida dos outros. Além disso, era o filho mais velho de uma mulher que queria ver as irmãs Noirot varridas da face da Terra. Somente uma tonta se envolveria com ele." pág. 12
Tenho que ressaltar que a série As Modistas traz uma força feminina, uma independência da mulher que é sensacional. Somos recorrentemente lembrados que as irmãs Noirot gostam da sua profissão, gostam do fazem e que isso vem em primeiro lugar. Não é porque se renderam a um relacionamento ou amor, que sua profissão será colocada em escanteio. Essa força é impactante, e torna-se mais crível porque não vem de uma duquesa, marquesa ou posição aristocrática. Vem da burguesia.
O desfecho tem suas qualidades, no entanto seu ponto negativo também chama atenção: classifico o fim como corrido. Por um instante é aceitável o modo que ele decorre pois se caracteriza como o Longmore realmente resolve suas situações — repentinamente, rapidamente, do jeito que ele quer e na hora que quer — porém, nota-se uma falta de melhores explicações e elaborações. Tivemos muitas situações que não foram encerradas devidamente, dando a impressão de que ficamos sem diversas respostas.
De uma forma geral, Escândalo de Cetim continua de forma primorosa a série As Modistas. Entre esse e o primeiro volume, gosto mais deste. Confesso que tinha esquecido o quanto fugir da temática clássica de aristocracia versus sociedade pode ser brilhante. Não é a toa que Loretta Chase sempre esteve no cantinho das minhas autoras favoritas. Recomendo demais!
Na parte física, a capa é agradável e típica do gênero, com um distinto tom vibrante de verde que a distingue dos demais. A diagramação é a padrão usada pela editora, com pequenos detalhes nos inícios de capítulos que trazem manchetes de jornais sobre moda e vestidos. A narrativa é feita em terceira pessoa pelo ponto de vista dos principais personagens.
"Ela também gostou de ele ter sido o primeiro. O mundo estava cheio de homens galanteadores falsos. Marcelline havia se casado com um, antes de Clevedon. Lady Clara entrou em uma enrascada com outro. Mas, quaisquer que fossem os defeitos de Longmore, ele era exatamente o que demonstrava ser. Ele mesmo. Sempre. Isso a tranquilizava." pág. 178
Espero que tenham gostado! Agora me digam vocês: conheciam Escândalo de Cetim? Ou a série As Modistas? Deixa nos comentários!
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