Autora: Ali Hazelwood
Editora: Arqueiro
Páginas: 336
Gênero: Romance adulto
Nota: ⭐⭐⭐ + 0,5
A carreira de Bee Königswasser está indo de mal a pior. Quando surge um processo seletivo para liderar um projeto de neuroengenharia da Nasa, ela se faz a pergunta que sempre guiou sua vida: o que Marie Curie faria? Participaria, é claro. Depois de conquistar a vaga, Bee descobre que precisará trabalhar com Levi Ward – um desafio que a mãe da física moderna nunca precisou enfrentar. Tudo bem, Levi é alto e lindo, com olhos verdes incríveis. E, aparentemente, está sempre pronto para salvá-la quando ela mais precisa. Mas ele também deixou bastante claro o que pensa de Bee quando os dois estavam no doutorado: rivais trabalham melhor quando estão cada um em sua própria galáxia, muito, muito distantes. Quando o projeto começa a ficar conturbado, Bee não sabe se é seu córtex cerebral lhe pregando peças, mas pode jurar que Levi está apoiando suas decisões, endossando suas ideias... e devorando-a com aqueles olhos. Só de pensar nas possibilidades, ela já fica com os neurônios em polvorosa. Quando chega a hora de se decidir e arriscar seu coração, só há uma pergunta que realmente importa: o que Bee Königswasser fará?
A Razão do Amor foi o start que dei para meu projeto pessoal de ler todos os livros da Ali Hazelwood. Mas, com A Hipótese do Amor na bagagem dos já lidos, sinto que A Razão do Amor é uma excelente narrativa — embora, no meu gosto literário, não supere o primeiro.
Bee Königswasser é uma neurocientista que conquista uma vaga inigualável na NASA, mas se vê obrigada a trabalhar com Levi Ward, um colega que claramente a despreza. Enquanto lutam para levar adiante um projeto revolucionário de neuroengenharia, a tensão entre os dois cresce e começa a revelar segredos e mágoas do passado. A partir da rivalidade, surge atração — e Bee precisa decidir se segue apenas a carreira ou se arrisca a entregar o coração. Amor e razão entram em conflito dentro da ciência… e dentro dela.
Fiquei com uma sensação super gostosa e fluida ao ler esse desenvolvimento da autora. Acredito que ela tem um tipo de escrita extremamente envolvente — e serei suspeita para falar, pois o ambiente científico é algo que particularmente conversa com o meu lado profissional. Estou adorando o fato de esse cenário ser explorado também nos romances.
Acho sensacional essa temática de fundo que não foi só pincelada, mas que também gerou debates e reflexões importantes sobre problemáticas, como o machismo no universo científico. Algo muito mais comum do que as pessoas pensam — principalmente quando falamos de áreas da saúde. O retrato que Bee faz sobre esse mundo é verídico. Mesmo que não traga soluções práticas, apenas o ato de expor já é um passo significativo.
"Às vezes a amizade é feita de pequenos momentos tranquilos e não envolve relâmpagos letais. Decepcionante, eu sei. Por outro lado, outras vezes a amizade é feita de traição e mágoa, e dois anos tentando esquecer que você bloqueou o número de alguém cujos pedidos de delivery costumava saber de cor." pág. 104
Terei elogios rasgados aos protagonistas, pois realmente acho que esse foi o maior ponto positivo do título. Ainda que se trate de um romance com características de enemies to lovers, tanto Levi quanto Bee são personagens que possuem profundidade. Isso faz com que a química entre leitor e trama aconteça através deles — sentimos o que eles sentem e vivenciam. Inicialmente, fiquei um pouco cansada pela repetição do “embate” de rivais (e eu sempre defendo que uma boa conversa resolve tudo!), mas a evolução deles é muito boa de acompanhar.
O que talvez fique como ressalva é a semelhança nas cenas sensuais em relação a A Hipótese do Amor. Sem grandes modificações, são passagens bem parecidas e talvez aí resida minha frustração, pois queria algo mais único para o casal. São cenas pontuais — para quem quiser pular, dá tranquilamente —, mas lembrando que se trata de um romance adulto, então faz parte do contexto.
Também fiquei à espera de reviravoltas maiores, ou mais plausíveis, para o que vinha sendo construído. Não acho que o grande plot twist esteja à altura da narrativa, porém seria hipocrisia esperar algo grandioso de um livro de romance, não é mesmo? Ali Hazelwood entrega um excelente clichê romântico e, no entanto ainda continua sendo um clichê. Gosto muito do fato de o desfecho trazer um epílogo que dá sensação de continuidade. É um final redondinho para o ciclo apresentado, um verdadeiro quentinho no coração de quem lê.
De uma forma geral, A Razão do Amor mostra que Ali Hazelwood veio para ficar entre as rainhas do romance contemporâneo com aquele toque adulto. Não acredito que esteja entre os meus favoritos, mas a experiência de leitura é válida e envolvente. Recomendo para quem, assim como eu, está começando a explorar o universo da autora.
"Uma vez ou outra o braço de Levi roça no meu, me lembrando de que não estou totalmente sozinha. Há alguém ali me apoiando. um cara que ama Star Wars, que é alto demais para ser astronauta e que vem cuidando de um gatinho durante metade da sua vida." pág. 197
Na parte física, a capa segue o padrão artístico que já se tornou uma marca registrada dela, e é bem bonita. A diagramação é a padrão da editora Arqueiro, com detalhes nos inícios de capítulos e espaçamento confortável. A narrativa é feita em primeira pessoa pelo ponto de vista da Bee.
E você, já leu algo da Ali Hazelwood? Concorda que ela sabe equilibrar ciência e romance como ninguém? Me conta aqui nos comentários — quero saber se o coração de vocês bateu mais forte por Levi e Bee!
Resenhas anteriores:



0 Comentários