[Resenha] Deuses e Monstros, Shelby Mahurin

Livro: Deuses e Monstros #3
Série: Pássaro e Serpente
Autora: Shelby Mahurin
Editora: Galera Record
Páginas: 602
Gênero: Fantasia / Romance
Nota:  ⭐⭐⭐⭐
Louise le Blanc passou a vida fugindo, esgueirando-se pelos becos e telhados da cidade com um objetivo único: escapar da mãe, Morgane le Blanc. Mas depois de sofrer um terrível baque e ver suas tão rígidas estruturas estremecidas, seu propósito altera-se significativamente: agora, ela precisa parar de fugir e finalmente encarar Morgane frente a frente, resolver de uma vez por todas os conflitos e, de preferência, evitar morrer. Não ia ser fácil, mas, impedida de colocar em prática seus planos, o nível de dificuldade ficou ainda maior. Unidos a ela em prol de um necessário e iminente desfecho, seus amigos – e agregados – enfrentarão, literalmente, deuses e monstros para que todos, incluindo Lou, possam se manter a salvo. Uma luta épica se aproxima, e o vínculo entre eles pode ameaçar ruir à medida que a convivência constante e os embates da rotina lentamente se impõem, implacáveis. Obstinada a enfrentar não apenas seus demônios internos, mas todos ao seu redor para garantir a segurança de seus amigos, de Reid e finalmente descobrir o que é viver uma vida harmônica, pacífica e afastada das garras do medo, Louise vai aprender, agora definitivamente, uma última lição sobre até onde o amor é capaz de nos levar.

Deuses e Monstros é o último volume da trilogia Pássaro e Serpente, e ele nos faz adentrar em uma montanha-russa de emoções! Gostei do jeito como foi finalizado esse universo, na qual sem dúvidas a trilogia se consagra como uma das minhas favoritas de fantasia — com altas doses de romance, claro rs. Resenha sem spoilers!

Louise le Blanc ainda se encontra fugindo e escapando da sua mãe, Morgane le Blanc. Contudo, a iminente guerra entre as duas está prestes a eclodir, afinal, da maneira como as coisas ficaram, não tem mais escapatória. Por isso, Louise está a procura do maior número de aliados possíveis — nem que seja os próprios deuses. Do lado de seus amigos, do seu amor e alianças inesperadas, Lou chega no capítulo final desta batalha: viver ou morrer.


Por ser o ponto final de uma série, é difícil do leitor não criar altas expectativas para o desenvolvimento. Até porque, neste caso, Sangue e Mel termina de maneira que nos deixa ansioso para o que sucederá. E neste início de enredo, Shelby Mahurin entrega os melhores acontecimentos depois da reviravolta do segundo volume. É eletrizante a forma como as coisas são desencadeadas, a ponto de levantarmos hipóteses e caminhos possíveis com essas mudanças. Acredito que o livro tenha uma leitura super fluida até meados das páginas, quando ele estagna e dá uma desacelerada.

A partir de uma específica revelação nesse meio da narrativa, não sinto que a história tenha evoluído. Fico com a sensação que essa abrupta escolha veio com a finalidade de aumentar a tensão da narrativa, no entanto não acrescenta em nada a construção principal: o embate da Lou com sua mãe. É como se fosse uma parte que pudesse ser descartada, sem grandes alterações no cerne. E vou além, já que acredito esse acontecimento e seus desdobramentos até camuflou questões muitos maiores que deveriam ter sido abordadas.

"Mas era mentira. Tudo mudara. Eu tinha feito uma promessa a Ansel — a mim mesma — quando o deixei para trás, naquelas águas. Não permitiria que o medo me controlasse por nem mais um momento. Não. Nem mais um segundo sequer." pág. 283

Passado esse ciclo, retornamos ao foco da trama e ao ápice das páginas. Somos preparadas desde o primeiro volume que a batalha aguardada seria grandiosa, e o que foi descrito faz jus a essa enormidade. Não somente, mas em como os personagens se portam na mesma, de forma a percebemos a evolução deles como pessoas. Como seres poderosos. Ao longo da série, a autora nos dá pistas e informações que serão fundamentais para o desfecho da guerra. Talvez por este motivo, não fui tão impactada com esse fim.

Em compensação, fui surpreendida com o renascimento de um nome na narrativa, cujo a sua "volta" me trouxe muitas lágrimas e choro. Esse retorno era primordial para algumas pessoas seguirem em frente, então achei válido o acréscimo e as explicações — até pelo fato de que ainda não me conformo em como tudo acabou rs. E não somente, temos a narrativa pelo ponto de vista dele em uma das cenas mais lindas desse exemplar. Foi difícil segurar a emoção, pois me apeguei demais a pessoa anteriormente.


Preciso dizer que Lou realmente se consagra como uma das melhores protagonistas que conheci no gênero — em personalidade, caráter e gênio — e por isso fico feliz com seu final. Já o Reid não conseguiu alcançar o cem por cento da minha empatia, porém é notório que ele é um homem que nos conquista aos poucos, nas atitudes e escolhas. A química entre eles é explosiva, o que acaba suplantando qualquer tipo de ressalva que possamos ter. O romance é um dos carros-chefes da trilogia, e é digno de todos os elogio e hype que vemos por aí.

A conclusão fecha perfeitamente todo o ciclo que acompanhamos, surtamos e aprendemos a gostar ao longo dos três volumes. Inclusive acho que o caminho que a autora propôs é inusitado dentro das séries de fantasia, afinal, acostumamos só com desgraças rs. E não contente só com encerramento, ainda temos um epílogo maravilhoso — lembra que falei de uma das cenas mais lindas narrada por uma pessoa que "voltou?" Pois bem, é o epílogo.

"— Sonhos nunca são apenas sonhos, mademoiselle Célia. São nossos desejos mais profundos e nossos segredos mais sombrios tornados realidade, sussurrados apenas sob o manto da noite. Neles, temos liberdade para conhecer a nós mesmos." pág. 277

De uma forma geral, indico aos fãs do gênero que conheçam Pássaro & Serpente. No conjunto, a série é excelente, com seus instantes de ápices capazes de nos deixar boquiaberto. Adorei acompanhar, e acredito que aqueles que curtem a mistura de uma boa fantasia com romance irão também curtir. Recomendo!

Na parte física, a capa tem uma arte que segue o padrão visto antes, e esse tom de cinza com dourado é lindíssimo. Das três, essa é a minha preferida. A diagramação segue o padrão da editora Record: confortável de ler e bem espaçado. A narrativa é feita em primeira pessoa pelos pontos de vistas do Reid e da Lou alternados.


Espero demais que possam dar uma oportunidade e conhecer — podendo agora maratonar com ela finalizada. Agora  me digam: conhecem Pássaro e Serpente? Já leram até Deuses e Monstros? Vamos papear nos comentários!

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Ana Caroline

Olá, tudo bem? Prazer, me chamo Carol (na realidade Ana Caroline, mas ficamos com Carol!), sou formada em Nutrição pela UNIRIO e tenho 26 anos. Gosto de compartilhar com o mundo um pouco do que eu me apaixonei no universo literário, que é um vício criado na adolescência (culpado Crepúsculo!). Fã de fantasia, romances (desde os dark até romance de época) e um pouco de suspense, o Leituras Diárias é um lugar onde mostro essa minha paixão pelos livros. Sejam bem-vindos!

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