Série: Monstros da Violência
Autora: Victoria Schwab
Editora: Seguinte
Páginas: 448
Gênero: Fantasia
Nota: ⭐⭐⭐+ 0,5
Na sequência final de A Melodia Feroz, Kate Harker precisa voltar para Veracidade e se unir ao sunai August Flynn para enfrentar um ser que se alimenta do caos. Kate Harker não tem medo do escuro. Ela é uma caçadora de monstros — e muito boa nisso. August Flynn é um monstro que tinha medo de nunca se tornar humano, mas agora sabe que não pode escapar do seu destino. Como um sunai, ele tem uma missão — e vai cumprir seu papel, não importam as consequências. Quase seis meses depois de Kate e August se conhecerem, a guerra entre monstros e humanos continua — e os monstros estão ganhando. Em Veracidade, August transformou-se no líder que nunca quis ser; em Prosperidade, Kate se tornou uma assassina de monstros implacável. Quando uma nova criatura surge — uma que força suas vítimas a cometer atos violentos —, Kate precisa voltar para sua antiga casa, e lá encontra um cenário pior do que esperava. Agora, ela vai ter de encarar um monstro que acreditava estar morto, um garoto que costumava conhecer muito bem, e o demônio que vive dentro de si mesma.
Uma das resenhas mais difíceis de escrever. O Dueto Sombrio me deixou com sentimentos conflitantes. Apesar de ter amado a história — e consagrar o enredo como único — falhas pequenas e grandes me deixam com um sentimento de que não foi algo tão bom quanto esperava. Se me perguntarem se valeria a pena ler a duologia, responderia sim sem dúvidas. Existe uma ambientação única e uma ótima escrita, mas não crie altas expectativas.
Após os acontecimentos de A Melodia Feroz, Kate vive em Prosperidade lutando contra monstros que até então, não conhecia. Deparando-se com um específico em que as ações dele estão além da sua capacidade, ela decide voltar para Veracidade e pedir ajuda a August. Bastante mudado após o último encontro dos dois — líder agora de uma equipe e representando o papel do Leo — eles verão que peças do passado estão retornando. Tendo que lidar com o velho e o novo, novamente se verão lutando pelas suas vidas e da população.
E os personagens auxiliam muito nesta questão. August, o meu favorito, evoluiu de forma sem igual. Entendendo melhor seu papel no mundo — mesmo tendo atitudes que não vão de acordo com sua antiga conduta — ele passa por tantos altos e baixos durante a narrativa, de maneira tão humana, que você consegue compreendê-lo nesse carrossel. Já Kate foi uma protagonista que comecei com um pé atrás no antecessor, e aos poucos foi me conquistando. Forte, destemida, tem noção dos seus erros e do que suas falhas podem produzir. Juntos, eles se complementam e se ajudam mutuamente. É um dos maiores pontos positivos.
"— Você está errado — disse Kate, virando as costas para ele. — Existe um tipo de mentira que até você pode dizer. Sabe qual é? — Ela encarou o olhar dele nas portas de aço. — O tipo que se conta a si mesmo." pág. 258
No entanto, nem tudo é tão maravilhoso assim. Furos ao longo da trama me deixaram meio triste porque o livro tinha tudo para ser algo grandioso. Personagens inseridos desaparecendo sem explicação, os vilões que seriam o cerne dos problemas tendo desfechos decepcionantes — quase sendo uma repetição de ações do antecessor — e principalmente uma das escolhas do desfecho foi estrondosamente previsível.
O que revela ser o "fechamento" da Kate/August divide opiniões. Infelizmente, o enxerguei de longe. A autora nos dá pistas ao longo da narrativa — de forma sutil nas falas, em atitudes desmedidas — que captei rapidamente o que ocorreria, sendo uma das primeiras teorias que criei — até justificado pela autora ter personalidade de tornar o pior dos rumos ser possível. Por isso quando o plot twist apareceu, não me impactou. E vou além: não senti e ainda não sinto a necessidade de tal cena aparecer. Não captei a proposta que essa ação faria com a história toda, e a construção depois não veio resultado dela. Se foi um recurso para chocar, comigo não funcionou.
Agora o que sucede essa cena foi acertado. Nem tudo é como a gente quer, acontece de maneira perfeita ou sai como o planejado. Vivemos em um ciclo sem fim: onde um se fecha e outro começa. Resolvemos um problema aqui, entretanto na frente surge outro. Trazer essa ideologia é excelente. E um dos pontos que marca a leitura é expor que a realidade pode ser cruel, triste e arrasadora. Para esse mundo criado é o ideal.
Outra ressalva que destaco, é em situações exclusivas surgirem pitadas de esperanças, dando uma falsa impressão ao leitor — era como se a Victoria também estivesse em dúvida em como terminar. Ela perdeu a dosagem da balança, o que pode frustrar leitores — e com certeza vai.
"Então aquele era o problema, pensou Kate. O motivo para meias medidas, o impasse, a morte lenta. Como podiam lutar contra Sloan se estavam ocupados demais lutando entre si?" pág. 330
De uma forma geral pesando prós versus contras e repetindo o que falei no início da resenha, a leitura é válida. É uma obra aclamada e favoritada por diversas pessoas, que foge do clichê e é gostosa de ler. São dois volumes em que o primeiro é excepcional. Pelo universo, pelos protagonistas e pela narrativa: recomendado.
Na parte física a capa é belíssima e o título conveniente com o conteúdo. A diagramação segue o padrão encontrado antes: espaçada, confortável de ler, com um diferencial de capítulos inteiramente poéticos. É dividido em partes denominadas versos, e dentro dos versos temos os capítulos. A narrativa é alternada entre Kate e August em terceira pessoa.
Agora me digam: já leram Monstros da Violência? Tem curiosidade ou o que acharam da proposta? Deixa nos comentários!
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