Série: Crônicas Lunares
Autora: Marissa Meyer
Editora: Rocco
Páginas: 688
Gênero: Distopia / Jovem Adulto / Romance
Nota: ⭐⭐⭐⭐⭐💗
Bestseller do The New York Times, a série Crônicas Lunares conquistou os leitores com sua releitura high-tech de contos de fadas tradicionais. Depois de Cinder, Scarlet e Cress, inspirados, respectivamente, nas histórias de Cinderela, Chapeuzinho Vermelho e Rapunzel, Marissa Meyer entrega a eles o último capítulo da série, em que reconta a história de Branca de Neve com tintas distópicas. Na trama, a princesa Winter vive subjugada por sua madrasta, Levana, que inveja sua beleza e não aprova os sentimentos da jovem pelo amigo de infância e belo guarda real Jacin. Mas Winter não é tão frágil quanto parece, e, junto com a ciborgue Cinder e seus aliados, a jovem princesa é capaz de iniciar uma revolução e vencer uma guerra que já está em andamento há muito tempo. Será que Cinder, Scarlet, Cress e Winter podem derrotar Levana e encontrar seus finais felizes?
Termino Crônicas Lunares muito feliz por ter apostado na série! Admito que inicialmente desconfiei que a mistura distópica com contos de fadas não daria certo, e termino a mesma enaltecendo demais a fusão que conquista. Winter com suas quase 700 páginas só coroa uma série que faz jus ser tão queridinha — agora por mim também!
Após as situações finais de Cress, Cinder está nos últimos preparativos para realizar a grande batalha final contra Levana. Mas antes, conheceremos Winter, uma princesa que é admirada pelo povo Lunar por sua graça e bondade, e embora possua cicatrizes no rosto, sua beleza é considerada ainda maior que a de sua madrasta, a rainha Levana. Winter não concorda com as atitudes da madrasta, e ela sabe que Levana não aprova os sentimentos dela com seu amigo de infância, o guarda do palácio Jacin. Mas Winter não é fraca como Levana imagina. Junto de uma certa ciborgue e seus amigos, serão capazes de começar uma revolução.
Confesso que fiquei enrolando para ler Winter porque o número de páginas me assustava, demasiadamente. Mal eu sabia, que iria lê-lo em praticamente dois dias — isso é o poder da escrita da Marissa Meyer, e o quão envolvente pode ser suas histórias. Um enredo com aventuras, pitadas de drama, comédia, romance e altas doses de gargalhadas, ele possui todos os elementos para apaixonar os fãs de leitura. E não somente, temos todas as pontas soltas sendo amarradas, trazendo tudo que há de bom e melhor do universo criado. O enorme diferencial daqui, é trazer tudo na dosagem certa, sem nos desanimar e deixar de explicar algo necessário.
E saio, mais uma vez, encantada por uma personagem principal. Winter tinha tudo para ser uma garota mimada e rebelde — pela posição social que ocupa e os privilégios que tem — no entanto, seus problemas familiares na verdade a deixaram com pé no chão, tornando-a uma pessoa melhor. Acho que o leque feminino da série é surpreendente, sendo um dos melhores que já conheci. Ao mesmo tempo que são distintas em personalidades, elas são semelhantes ao correrem atrás do mesmo objetivo. O grupo foi fenomenal do início ao fim, trazendo como destaque essa inserção de novas protagonistas a cada volume. Parece que cada uma que entrou, era o alicerce que faltava para aproximá-las ademais. Só tenho elogios e carinho por Cinder, Scarlet, Cress e Winter — que aliás levam os nomes dos títulos da série. Duvido não se apaixonar por todas!
“Ela era uma princesa. Sua madrasta era uma tirana que casaria Winter com alguém politicamente benéfico para os desejos dela. Jacin era o oposto de politicamente benéfico.”
Se não fosse suficiente, a riqueza de detalhes e a preocupação de trazer os pormenores de cada etapa dos esquemas, estratégias e de como sucede toda a trama é excepcional. Um quebra-cabeça que foi moldado para ser desenredado em quatro exemplares, e que funcionou. A impressão que passa, é que Winter em específico — por ser calhamaço — teria diversos momentos de enrolação, e na verdade foi ao contrário: acho que a autora poderia ter explorado além. Você não se cansa do modo alternado que tudo ocorre, das trocas de pontos de vistas, da ambientação sendo destrinchada, e anseia por mais quando os caminhos andam conforme o planejado. São poucas as obras que classifico como completa, e aqui temos uma.
Sobre os acontecimentos finais: é de deixar boquiaberto. Usando e abusando de plot twist e reviravoltas impactantes, não sabemos quando tudo pode dar errado ou certo. Achei crível o fato de planejamentos poderem sair da curva esperada, escolhas levarem a caminhos tortuosos, demonstrando que várias coisas pode estar em jogo. Acalmo o coração avisando que temos um final praticamente feliz, e todos os ciclos sendo fechados — até os romances.
De uma forma geral, já foi correndo comprar?! Porque é recomendadíssimo! A distopia onde o romance se encaixou é excelente, a escrita é fluida, maravilhosa de ler e chegamos no final roendo as unhas. Aos fãs do gênero, prepara-se para grandes emoções e um prato cheio de aventuras.
Na parte física, já elogio desde o primeiro a questão de ter mantido a capa original, os títulos originais, pois geram uma identificação própria com o conteúdo. Além disso, preciso nem dizer que a conexão com a parte interna é explícita né?! A diagramação é cheia de detalhes, sendo um diferencial. A narrativa é feita em terceira por múltiplos pontos de vistas, de configuração alternada.
" — Minha madrasta não é poderosa só porque as pessoas têm medo dela, ela é poderosa porque pode fazer com que as pessoas a amem quando precisa. Nós achamos que, se escolhemos fazer só o bem, somos apenas bons. Podemos fazer as pessoas felizes. Podemos oferecer tranquilidade ou alegria ou amor, e achamos que isso deve ser bom. Nós não vemos a falsidade se tornando um tipo particular de crueldade."
Termino já com sentimentos de saudades, e querendo outras livros da Marissa Meyer. Uma jornada que iniciou alguns anos, e agora chegou ao seu fim. Espero que tenham gostado! E vocês, conheciam Crônicas Lunares? Já leram algo da autora? Ficaram curiosos? Deixa nos comentários!
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