Livro: Uma Paixão e Nada Mais #4
Série: Clube dos Sobreviventes
Autora: Mary Balogh
Editora: Arqueiro
Páginas: 288
Gênero: Romance de Época / Drama
Nota: ⭐⭐⭐+ 0.5
Ao voltar para casa depois das Guerras Napoleônicas, Flavian, o visconde de Ponsonby, ficou arrasado ao ser abandonado pela noiva. Agora a mulher que partiu seu coração está de volta, e todos estão ansiosos para que eles reatem o noivado. Exceto Flavian, que, em pânico, corre para os braços de uma jovem sensível e encantadora. Apesar de ter sido casada por quase cinco anos, a viúva Agnes Keeping nunca se apaixonou, nem quer se apaixonar. Aos 26 anos, ela prefere manter o controle de suas emoções e de sua vida. Porém, ao conhecer o carismático Flavian, fica tão arrebatada que acaba aceitando seu impetuoso pedido de casamento. Quando descobre que Flavian pediu sua mão apenas para se vingar da antiga paixão, Agnes decide fugir. Mas Flavian não tem a menor intenção de deixar a esposa partir, principalmente após descobrir que, para sua própria surpresa, está completamente apaixonado por ela.
Uma Paixão e Nada Mais é outro livro da série Clube dos Sobreviventes, e apesar de ter começado a leitura com grandes expectativas — Flavian foi um personagem que adorei e criei um grande apreço desde o primeiro volume —, tenho ressalvas acerca do enredo.
Flavian está fugindo da sua família. Principalmente agora, que a sua primeira paixão está livre e todos esperam que eles retornem seu antigo noivado. O que ele não esperava, é que na reunião anual com seus amigos, o Clube dos Sobreviventes, uma certa viúva fosse lhe despertar interesse. Não só um interesse passageiro, mas ao ponto de pedi-la em casamento. Uma união matrimonial que Agnes aceita, e que eles terão que lidar com todas as motivações escondidas por trás dessa grande decisão. Será que o casamento sobreviverá apenas com paixão?
Faço questão de avisar, novamente, que os romances de época da autora possuem um tom mais voltado para o drama — diferente de nomes relevantes como Tessa Dare, Sarah Maclean ou Lisa Kleypas. Acredito até, que o enredo seja complexo por trazer debates pertinentes, como por exemplo, a diferença entre o amor e a paixão. Tanto para Flavian quanto para Agnes, são palavras que possuem ações e comportamentos distintos dentro de um relacionamento. E é interessante captar quando um se transforma no outro.
Flavian é um protagonista que age muito por impulso, sem pensar o que aquela atitude realmente significa. Enquanto que Agnes, desde o início, demonstrou ter sentimentos genuínos por ele — e é pragmática quanto as suas emoções. Dois opostos que se atraíram. É um tipo de relação que tem de tudo para dar errado no entanto, por força de vontade de ambos e a compreensão que eles possuem um elo forte, faz com que as coisas deem certo.
"E ele tomou sua mão e a segurou com carinho, embora não a olhasse e nem dissesse nada. Agnes sabia que ela impossível para ela compreender todos os vínculos que uniam aquele grupo de sete. Era mais profundo do que vínculos familiares, isso ela sabia." pág. 178
Embora tenha feito elogios, e até mesmo gostado dessa forte química da dupla, confesso que fiquei frustrada com algumas coisas. Nosso personagem masculino é dúbio. Enquanto que atitudes dele demonstravam ser uma coisa, suas conversas internas e pensamentos emanavam algo diferente. Não estava preparada para ver um Flavian extremamente confuso, a ponto de não se entender. Para quem tinha na cabeça um homem decidido com aquele quê de libertino debochado, vê-lo totalmente perdido me pegou surpresa. E o fato dessas questões serem resolvidas perto do final, não me ajudou a ver com bons olhos essa trajetória.
Além disso, os enredos da Mary Balogh são cadenciados, ou seja, possuem um andamento sem grandes reviravoltas. Quando temos a junção desse aspecto com o fato de não estar tão feliz com o comportamento de certas pessoas, é um prato cheio para eu achar o livro maçante. Demorei para terminá-lo, e ainda tenho a sensação de que não entendo como alguém tão promissor trouxe uma construção tão difícil de compreender.
Os desfechos e a parte final é o que salva a história de ser uma obra que não funcionou totalmente comigo. Sinto que após as resoluções das emblemáticas, a trama ganha ares amenos, o que adorei. Leria, tranquilamente outras cem páginas depois do fim, de tão gracioso foi esse contexto. O primeiro "eu te amo" deles é inesquecível.
De uma forma geral, Uma Paixão e Nada Mais não foi o que eu esperava, infelizmente. Não consegui entender o objetivo da autora com título. Contudo, se chegou até aqui na série Clube dos Sobreviventes, é inadmissível não ler o quarto volume!
"— A vida nunca é uma questão simples, Ponsoby — afirmou ele na entrada enquanto observava Flavian subir no cabriolé e assumir as rédeas. — As decisões que tomamos num piscar de olhos, com frequência inesperadas e impulsivas, podem afetar o resto de nossas vidas de um modo drástico e irreversível." pág. 249
Na parte física, a arte capa é uma das que se aproxima melhor das características físicas da personagem. A diagramação é a padrão da editora Arqueiro, com um texto espaçado e confortável de ler, sem grandes detalhes. Existe alguns erros de revisão. A narrativa é feita em terceira pessoa pelos dois pontos de vistas alternados.
Agora me digam: conheciam Uma Paixão e Nada Mais? Leriam? Deixa nos comentários!
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